A vigilância dentro das unidades
prisionais da Superintendência do Sistema Penitenciário do Estado (Susipe) é feita
por agentes penitenciários, que se dividem em turnos e estão sempre alertas à
movimentação dos detentos. Recentemente, um cão pitbull, conhecido como "Conan", ajudou um agente a impedir a fuga de pelo menos cinco detentos do Centro de Detenção Provisório de Icoaraci (CDPI).
Com nome de super-herói,
"Conan" chegou ao CDPI em 2012, com três anos. Ele foi doado por um
amigo do atual diretor do Centro de Recuperação Penitenciário Pará III (CRPP
III), que na época estava à frente da unidade prisional e hoje divide junto com
outro cão da raça fila, a responsabilidade da vigilância canina no presídio.
Duas agentes prisionais são responsáveis pelos cuidados destinados aos animais
e dizem não ter medo de lidar com os cães.
“Todo dia temos um cuidado
especial com eles, limpamos a casa, trocamos a água e cuidamos da alimentação.
A gente passeia com eles e fazemos com que sintam confiança na gente, assim
como a gente confia neles também. Quando entrei aqui em 2014, no primeiro
contato que eu tive com o Conan, ele me olhava com desconfiança e aos poucos
fui conquistando ele. O problema de agressividade não está no animal, mas sim
em quem lida com ele. Aqui eles são muito bem tratados e só nos ajudam a
melhorar a segurança”, informou a agente prisional Núbia Pinheiro.
O parceiro de Conan também tem
nome de super-herói e reforça a equipe de segurança canina na unidade
prisional. “Desde que eu cheguei aqui, há seis anos, o meu envolvimento foi
muito grande com o Conan e com o Thor, da raça fila. Os dois são de grande
porte e força, mas são tratados como se fossem da família. São cachorros
enormes e que muitas pessoas achavam que uma mulher não ia conseguir cuidar
deles, ainda mais dentro de um presídio. Mas eles são muito dóceis com a gente
e fazem o trabalho deles com perfeição”, explicou Rosanira Siqueira, também
agente penitenciária.
Vigilância canina
Com 14 animais, o Centro de
Recuperação Penitenciário do Pará III (CRPP III) também já usa há alguns anos o
suporte canino. Na unidade, os cachorros trabalham em dupla, espalhados em
cinco áreas cercadas, entre o bloco carcerário e a muralha do presídio. A
vigilância é feita 24 horas por dia e os cães revezam o monitoramento por
turno: enquanto um grupo trabalha, os demais descansam no canil. O espaço é
mantido sempre limpo para garantir a saúde da equipe de segurança.
Para o diretor do CRPP III, Major
Paulo Amarantes, que foi quem levou o pitbull Conan para o CDPI, a utilização
de cães é de extrema importância para o sistema penitenciário. “Nas casas
penais que têm capacidade superior a 120 presos é de extrema relevância a ajuda
desses animais, porque eles conseguem coibir de forma preventiva as
articulações de tentativa de fuga, além disso os cães conseguem interceptar
qualquer tipo de material ilícito que venha a ser arremessado para dentro da
unidade. Se algo for jogado, cai na área de contenção onde eles ficam e eles
bloqueiam imediatamente, como por exemplo os aparelhos celulares”, destacou o
diretor.
O treinamento dos cães é feito
por policiais militares e também com a ajuda de um agente prisional, que
adquiriu os conhecimentos sobre treinamento quando trabalhou no canil da
Polícia Militar. “Todos os animais recebem um treinamento básico para que
fiquem preparados para diversas situações e nos ajudem quando for necessário. O
cão é uma das coisas que o preso teme quando vai fugir e ele é muito fiel ao
trabalho dele, não se corrompe nunca”, completou o major.