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Domingo é o Dia do Trânsito em todo o Brasil

Foto Cristino Martins/AG.Pará

25 de setembro marca o Dia do Trânsito em todo o Brasil. Você sabia que a data foi escolhida a partir da criação do Código Nacional de Trânsito, em 1997, e está prevista no artigo 326? Com o objetivo de chamar a atenção da população para o comportamento diante da circulação de pessoas, veículos e animais em vias públicas, várias campanhas foram elaboradas. Este ano, por decisão do Conselho Nacional de Trânsito (Contran), o tema escolhido é “Eu sou + 1 por um trânsito + seguro”.

O trânsito sempre ganhou destaque nas pautas da Assembleia Legislativa do Pará (Alepa) que, além de elaborar leis que buscam a melhoria da qualidade de vida da população paraense, também promove debates sobre o tema. No mês de abril, uma Sessão Especial levou para discussão os alarmantes índices de acidentes de trânsito envolvendo motociclistas no Pará. A sessão foi proposta pelo deputado Sidney Rosa, que destacou a importância de se debater o assunto na Casa Legislativa. “O deputado estadual é um articulador político. Ele anda pelo Estado, percebe as coisas, fiscaliza as ações do governo, conversa com outras entidades e traz para a Casa do Povo os assuntos relevantes da sua caminhada. Nos últimos meses, nós ficamos estarrecidos com os altos índices de acidentes envolvendo motocicletas e passamos a refletir o impacto disso na saúde. É grave a ocupação dos nossos hospitais, o que inibe o atendimento da rede hospitalar da população”, disse.

Os índices são mesmo preocupantes. A Organização Mundial de Saúde (OMS) alerta que cerca de 1,25 milhões de pessoas morrem, todos os anos, no mundo em consequência de acidentes. Ainda segundo a OMS, os motociclistas são os usuários mais vulneráveis das vias e correspondem a 23% de todas as mortes. O Detran do Pará registrou, até julho deste ano, 258 vítimas fatais. O número de feridos é ainda maior: 431 só em Belém e 3.277 em todo o Estado. As consequências dos acidentes são sequelas físicas como amputações, deformidades, incapacidades ou até mesmo a morte.

O presidente da Alepa, deputado Márcio Miranda, disse que o trânsito é uma preocupação constante no Parlamento do Pará e destacou a importância do trabalho de conscientização da sociedade como uma das medidas que podem ser tomadas para minimizar as ocorrências com fatalidades e sequelas no estado. “Como médico, já vi muitos pacientes machucados, coisas muito ruins. Na última década, os brasileiros tiveram muita facilidade de comprar motos, mas muita gente comprou sem ter capacitação, qualificação, treinamento e conscientização. Essa conscientização passa pelo poder público, que tem de chegar até às famílias. É muito raro você conhecer alguém que diga que não conhece ninguém que tenha sofrido um acidente de moto. Então a palavra mais forte que a gente tem que usar aqui é a conscientização e também a busca de alguma legislação que a gente possa colaborar, já que essa legislação do trânsito é, em grande parte, de competência federal. Nós temos que pegar as propostas e estudar a luz do direito, a luz das competências”, disse Márcio Miranda.

No mês de junho, uma nova Sessão Especial foi realizada na Alepa. Desta vez, o foco foi a violência contra os agentes de trânsito, proposta pelo deputado João Chamon. A sessão provocou discussões e reivindicações por mais segurança e mais políticas públicas que atendam às necessidades da categoria que, muitas vezes, fica em situação vulnerável, sendo vítima de agressões verbais e físicas e até com ameaças de morte. Até aquela data, dois agentes haviam sido assassinados: um em Ananindeua e outro em Abaetetuba. Na sessão, o Detran informou que estava programando curso de defesa pessoal para qualificar os profissionais e que também disponibilizará equipamentos de segurança.

CAUSAS - A maioria dos acidentes de trânsito está relacionada com infrações cometidas pelos motoristas, mas também pelos pedestres, como o uso do celular com o veículo em movimento; dirigir alcoolizado; excesso de velocidade; a não utilização correta da sinalização do carro (seta, luz de alerta, faróis); a não tomada de distância segura em relação ao veículo da frente; falta de manutenção técnica do veículo; não utilização do cinto de segurança e outros itens de segurança; o desrespeito ou o desconhecimento da sinalização do trânsito e das leis que o regem.

NÚMEROS - O mau comportamento refle nas estatísticas. Em Belém, por exemplo, até o mês de agosto, já haviam sido contabilizadas 367.100 irregularidades no trânsito. Em todo o Pará foram registradas 694.706 infrações.

Na média, são 86.838 irregularidades por mês, 2.894 por dia, 120 por hora, duas por minuto registradas no Pará. Uma realidade preocupante.

Atualmente, o Brasil está em 4º lugar no mundo entre os países com mais mortes no trânsito. O gasto com as vítimas de acidentes no trânsito é de cerca de R$40 bilhões por ano. Isso sem falar na ocupação de leitos do Sistema Único de Saúde (SUS), que poderiam estar disponíveis para o tratamento de doenças.

VELOCIDADE - Nos últimos meses, a velocidade máxima permitida em diversas vias e cruzamentos de Belém foi reduzida de 60km/h para 50km/h ou até mesmo 40km/h. A desaceleração do trânsito é uma aposta da autoridade competente local por várias razões como mobilidade e saúde pública. Os carros em menor velocidade têm mais chances de evitar acidentes, além de emitirem menos poluentes para a atmosfera.


* Colaboração Alepa