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| Foto - Rodolfo Oliveira/Ag. Pará |
A estratégia para viabilizar o
intercâmbio de transferência de tecnologia francesa às queijarias do Pará
avançou com a visita do professor Jamal Kebchaqui, da Escola
Nacional de Indústria Leiteira (Enil), localizada em Besançon, região de
Bourgogne-Franche Comté, no leste da frança. A ação é resultado do convênio
estabelecido entre o governo do Pará, por meio da Secretaria de Estado de Desenvolvimento
Agropecuário e da Pesca (Sedap), Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária
(Embrapa) e Centro de Cooperação Internacional para Pesquisa de Desenvolvimento
na Área Tropical (Cirad), voltado para ciências agrárias.
O convênio pretende consolidar a
pecuária leiteira, aperfeiçoando o processo de transformação do leite e
diversificando com outros produtos, como iogurte e manteiga. A nova tecnologia
vai agregar valor de indicação geográfica à produção e viabilizar a conexão com
o mercado. O benefício se aplica não só a gastronomia, mas também o turismo
rural, potencializando a renda dos produtores.
O professor Jamal visitou oito
queijarias de Rondon do Pará, Paragominas e Marajó para conhecer a técnica
artesanal utilizada em cada região. Especialista em massa filada, como é feito
o queijo marajoara e de Rondon, Jamal se surpreendeu porque poucos lugares no
mundo fazem esse tipo de queijo. “O sabor é muito bom devido ao leite produzido
por vacas que se alimentam de capim nativo e não cultivado, especialmente no
Marajó. A pecuária da Amazônia tem condições de se desenvolver e melhorar a
produção”, disse Jamal.
A tecnologia francesa não vai
alterar a textura, sabor nem a receita do queijo do Marajó, que já têm padrão
definido em diagnóstico realizado no processo de indicação geográfica pelo qual
passa atualmente. Nas outras regiões o queijo poderá ser melhorado com a
mudança que será introduzida no modo de fazer.
O pesquisador Rene Poccard, do
Cirad, informou que a tecnologia da escola francesa abrange outros aspectos da
pecuária de leite, como a genética dos animais e a alimentação do rebanho,
especialmente no período de estiagem, quando lagos e o pasto secam no Marajó e
a produção sofre queda acima de 80%.
A partir da visita do professor
Jamal Kebchaqui, será definida a participação de cada integrante do convênio e
elaborado um cronograma para organizar o intercâmbio que começa em 2017. Alunos
franceses virão para estagiar nas queijarias do Pará e queijeiros paraenses
farão um curso de três meses na escola de Besançon.
