Pará solicita apoio do Ministério da Saúde para ampliar tratamento oncológico

Foto Ascom

O tratamento oncológico – combate aos males provocados pelo câncer por meio de quimio e radioterapia – deverá ser ampliado em todo o estado do Pará já a partir do ano que vem. Durante uma reunião nesta quinta-feira, 3, em Brasília, o secretário de Saúde do Pará, Vitor Mateus, pediu a ampliação ao coordenador-geral de Atenção a Pessoas com Doenças Crônicas do Ministério da Saúde, Sandro Martins. O coordenador disse que o Ministério está pronto para atender à reivindicação. Segundo Sandro, o Pará e mais 14 estados das regiões Norte, Nordeste e Centro-oeste, além do Distrito Federal, estão com um enorme déficit em serviços oncológicos habilitados pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e esse quadro preocupa o Ministério. 

No Pará, por exemplo, só há dois serviços habilitados para atender a população do estado, que hoje alcança a marca de mais de 8 milhões de habitantes. "Precisamos ampliar esses serviços imediatamente e temos recursos para isso", disse Sandro Martins. "Essa reunião de hoje serviu para estreitarmos as relações, conhecermos a infraestrutura do estado para receber esses serviços e darmos início aos repasses de recursos", completou.

O secretário Vitor Mateus explicou aos técnicos do Ministério da Saúde o planejamento do atendimento à saúde no estado, distribuído em 13 regionais. Ao Centro de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia (Cacon) localizado no Hospital Ophyr Loyola, em Belém, unem-se sete Unidades de Assistência de Alta Complexidade (Unacons) em Belém, Marabá, Tucuruí, Santarém e Castanhal. A ideia do estado, segundo o secretário, é contar com a estrutura já existente dos cinco hospitais regionais em funcionamento em todo o Pará. "Nos lugares onde não há estrutura hospitalar, faremos convênios com clínicas já instaladas e nas regiões atendidas pelos hospitais, estes servirão de apoio ao tratamento realizado por essas clínicas", disse Vitor Mateus.

Sandro Martins disse que processos prevendo repasses já em andamento no Ministério deverão garantir recursos já no início do ano que vem. A prioridade é para o Hospital Oncológico Infantil Octávio Lobo, em Belém. Depois, os serviços de oncologia em Marabá, ainda em 2017 e Castanhal, no ano seguinte.

Hospital Mutirão

Em outra reunião, o secretário Vitor Mateus garantiu recursos para a abertura e início dos atendimentos no Hospital Geral de Altamira, mais conhecido como Hospital Mutirão. O hospital foi construído pela empresa Norte Energia como parte das condicionantes da Hidrelétrica de Belo Monte. Tem capacidade para 104 leitos, sendo 10 deles de Unidade de Tratamento Intensivo (UTI), com equipamentos de altíssima resolução, mas continua fechado. O prédio foi concluído e entregue à Prefeitura de Altamira em março de 2015, mas nunca entrou em funcionamento. A Prefeitura alega que não tem condições de comprar equipamentos nem arcar com as despesas de manutenção e pagamento de pessoal.


Na reunião desta quinta-feira com o secretário executivo do Ministério da Saúde, Antônio Nardi, com a presença do secretário municipal de Saúde de Altamira, Edvan Santos, foi acordado que um modelo de gerenciamento do hospital e a definição sobre quem arcará com quais custos para o funcionamento do hospital será entregue pelo Ministério ao governo do estado e às Prefeituras de Altamira e municípios vizinhos até o final deste mês. Após isso, governo estadual e prefeituras deverão analisar e aprovar o modelo, devolvendo ao Ministério da Saúde, que fará o cálculo de quanto o governo federal vai disponibilizar para o funcionamento do Hospital do Mutirão. Segundo Vítor Mateus, o processo agora deve andar com mais rapidez e provavelmente ainda no primeiro semestre do ano que vem o hospital já deverá estar em funcionamento.