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Defensoria Pública do Pará presta atendimento a moradores de rua



O Núcleo de Defesa dos Direitos Humanos da Defensoria Pública do Estado do Pará prestou atendimento jurídico e encaminhamentos para acesso a serviços básicos para mais de 30 pessoas em situação de rua, na manhã desta quinta-feira, 9, na Casa de Abrigo para Moradores Adultos de Rua (Camar) I. Além da defensora pública Juliana Oliveira, participaram da ação a servidora Marília Angelim e as estagiárias Ranielle Xavier, Isabella Moraes, Vivian Santos e Camila Tavares.

Estima-se que mais de 500 pessoas estejam em situação de rua só na capital paraense. Há dois meses no Camar, J. C., 46, buscou auxílio no atendimento concentrado da Defensoria Pública para a emissão da segunda via da carteira de trabalho e do certificado de reservista. Depois de ficar desempregado, J.C. teve dificuldades para pagar o aluguel de sua casa e dormiu na rua por 10 dias, até conseguir uma vaga na Casa de Abrigo. “Sou motorista e minha carteira de habilitação está em dia. Só preciso de uma oportunidade para voltar a trabalhar”, declarou.

Segundo a coordenadora do Núcleo, Juliana Oliveira, o atendimento concentrado foi importante para o reconhecimento das demandas vindas dos moradores de rua. Ela explica que a partir deste primeiro contato será possível traçar estratégias de atuação em diálogo com as demais instituições da rede de acolhimento.

Um dos problemas apontados pela defensora é a falha na comunicação ente os órgãos que atuam no apoio a essa parcela da sociedade. “Nós precisamos atuar para fazer o resgate dessas pessoas que estão em sofrimento”, defende.

O reinício dos atendimentos concentrados nos centros de acolhimento foi um pedido do próprio Camar. Além de outras atividades, que serão realizadas com esse público, o atendimento aos moradores de rua passará a ser mensal e incluirá outras instituições de acolhimento, como Centro de Referência Especializado para População em Situação de Rua (Centro Pop) e Consultório na Rua.

A defensora pública Juliana Oliveira ratificou a importância de ir além das casas de acolhimento. “É fundamental atender quem ainda não está assistido sequer por uma casa de apoio. Em Belém, a situação de moradores de rua é degradante e invisível”, enfatizou.

O coordenador do Camar I, Mário Barros, ressaltou a importância de iniciativas que auxiliem na reinserção social de pessoas em situação de rua. “A grande maioria das pessoas que passa pelo Camar tem problemas com a documentação. Isso dificulta o acesso a todos os demais serviços”, pontuou.