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Projeto da ferrovia paraense é debatido em Brasília por secretário e ministros





 Os governos do Pará e federal tiveram mais uma rodada de negociações na tentativa de complementarem os projetos das ferrovias Norte-Sul e Fepasa, que interligam o Pará ao restante do Brasil. A ideia do governo estadual é unir os projetos, ao diminuir os custos de construção e manutenção e garantir a presença contínua de carga transportada, o que vai atrair investidores internacionais.

Em Brasília, o secretário Adnan Demachki, de Desenvolvimento Econômico, Mineração e Energia, foi recebido pelos ministros Moreira Franco, do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), e Eliseu Padilha, da Casa Civil, para expor o projeto da ferrovia paraense. O senador Flexa Ribeiro (PSDB/PA), técnicos dos dois ministérios e empresários dos setores de transportes e mineração também participaram dos encontros.

O senador Flexa Ribeiro, que solicitou as reuniões com os ministros, destacou a relevância da Fepasa não apenas para o fortalecimento da atividade produtiva. Ele lembrou que a ferrovia atende a um projeto de integração, ligando o extremo norte do Pará com a porção sul. “A Ferrovia Norte-Sul é um projeto que atende ao Brasil, mas que não tem a característica da Fepasa, de integrar todo o território paraense. Por isso a ferrovia é tão fundamental para o estado, trazendo também benefícios para o Brasil, haja vista que terá capacidade de escoar os grãos da região Centro-oeste em direção ao Porto de Vila do Conde”, ressaltou Flexa.

Adnan mostrou aos ministros o bom andamento do projeto, já com várias fases concluídas, como os estudos ambientais, de impacto e inclusive processos de desapropriação. “Estamos com 716 proprietários de terras identificados e contatados, e já iniciamos os processos para desapropriação”, disse o titular da Sedeme. “Outra fase que corre paralela é a de audiências públicas. Iremos  expor o projeto a partir de março à população que reside no trajeto da rodovia, fazendo ajustes de acordo com as decisões das comunidades”, concluiu o secretário.

Moreira Franco considerou o projeto muito interessante, mas pediu que o governo paraense apresentasse uma comprovação físico-financeira da viabilidade da Fepasa. “Se vai poupar tempo e dinheiro do governo federal, o projeto nos interessa”, disse o ministro.

Segundo Moreira Franco, assim que essa comprovação chegar às mãos do governo federal, a Fepasa poderá ser incluída na pauta da próxima reunião do PPI, prevista para o final de março. “Da reunião, o projeto poderá inclusive sair direto para a lista dos projetos prioritários do programa”, afirmou Moreira Franco.

Eliseu Padilha também se mostrou interessado na proposta, reconhecendo que a ferrovia Norte-Sul não contempla regiões do estado do Pará ricas em produtividade agrícola e mineral, indispensáveis para garantir a viabilidade econômica do empreendimento. “Se o que vocês pretendem é integrar as duas ferrovias, não vejo como negar”, disse Padilha. “O estado pode fazer o pedido ao ministro Moreira Franco que ele mesmo encaminhará à Casa Civil, onde terá todo apoio”, concluiu o ministro.

Ao final da reunião, secretário e ministros chegaram à conclusão que o ideal seria uma união dos dois projetos, com a Norte-Sul unindo-se à Fepasa à altura do município de Rondon do Pará, sendo estendida depois pelo governo estadual até o porto de Vila do Conde, em Barcarena.