O Hospital Metropolitano de Urgência e
Emergência (HMUE), em Ananindeua (PA), recebeu a visita de uma equipe do
projeto “UTI Visita” do Hospital Moinhos de Vento, localizado em Porto Alegre
(RS). As representantes da unidade gaúcha vieram ao HMUE para compartilhar
experiências do projeto que deu bons resultados e ganhou parceria com o
Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde
(Proadi-SUS).
A iniciativa deve expandir para unidades
do SUS uma política adotada no Moinhos de Vento há dois anos, por meio da qual
a visita familiar a pacientes de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) foi
estendida para 12 horas por dia, com a permanência de até dois familiares por
paciente, no horário de 9h às 21h. Com a visita diferenciada, foi desenvolvido
um estudo que constatou a redução de 50% na taxa de delirium e de um dia do
tempo mediano de internação. Segundo o hospital, o modelo também se mostrou
seguro no que diz respeito ao risco de transmissão de infecções.
O HMUE, gerenciado pela Pró-Saúde
Associação Beneficente de Assistência Social e Hospitalar sob contrato com a
Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), é uma das instituições
escolhidas para participar do estudo que vai coletar dados para subsidiar a
ampliação da visita a UTIs em até 12 horas por dia. “As instituições foram
selecionadas por meio da estrutura e do que nós queremos ter de dados para o
projeto. Escolhemos UTIs cirúrgicas, de traumas para termos uma gama de
unidades”, explicou Rafaela Moura, do Moinhos de Vento.
Os dados que serão coletados pela equipe
do HMUE serão repassados ao Ministério da Saúde, que será responsável pela
autorização para implantação da visita estendida na unidade. No Pará, apenas o
Hospital Metropolitano e o Hospital Universitário João Barros Barreto
participam da pesquisa.
A coordenadora médica da UTI do HMUE,
Norma Assunção, destacou o interesse da equipe da unidade em conhecer a
expertise do projeto gaúcho. “Toda nossa equipe estava aqui. A gente vê a
participação e o interesse em participar do projeto. É interessante para a
nossa UTI por se tratar de algo inédito no HMUE e no Brasil. Para nós é uma
experiência maravilhosa porque move o sentimento da equipe de pertencer a uma
pesquisa científica e fazer algo diferente”, ressaltou.