O novo Levantamento Rápido de
Índices de Infestação pelo Aedes aegypti (LIRAa) de 2017 aponta que 45 cidades
encontram-se em situação de alerta ou risco de surto de dengue, zika e
chikungunya no estado do Pará. Desse total, 7 estão em risco. Outros 38
aparecem em alerta e 42 estão em situação satisfatória. Os dados do LIRAa,
foram apresentados pelo ministro da Saúde, Ricardo Barros, nesta terça-feira
(28). Na ocasião também foi lançada a campanha publicitária de combate ao
mosquito Aedes aegypti, que chama a atenção da população para os riscos das
doenças transmitidas pelo vetor e convoca a todos ao seu enfrentamento. Foi
divulgado ainda, boletim com novos dados de dengue, zika e chikungunya.
O ministro da Saúde, Ricardo
Barros, destacou a importância de uma ação conjunta com estados e municípios
para o desafio do combate ao Aedes. “O enfrentamento ao mosquito Aedes aegypti
é prioridade do Governo Federal, por isso definimos um dia de mobilização, a
Sexta Sem Mosquito, quando mobilizaremos ministros de estado e autoridades
locais para estarem em todos os estados do país chamando a atenção da população
para a importância de combater o mosquito”, informou o ministro da Saúde.
No total, 3.946 cidades de todo o
país fizeram o levantamento, sendo que destes, 2.450 municípios estão com
índices satisfatórios, com menos de 1% das residências com larvas do mosquito
em recipientes com água parada; 1.139 municípios em alerta, com índice de
infestação de mosquitos nos imóveis entre 1% a 3,9% e 357 em risco, com mais de
4% das residências com infestação.
Realizado de outubro até a 1ª
quinzena de novembro, o LIRAa teve adesão recorde de municípios para este
período do ano, com 3.946 cidades participantes, um aumento de 73% se comparado
com o mesmo período do ano passado, quando 2.282 municípios fizeram o
levantamento. Essa ampliação foi possível porque neste ano o Ministério da
Saúde publicou a resolução nº 12 que tornou obrigatória a realização de
levantamentos entomológicos de infestação pelo mosquito Aedes aegypti. A
realização deste monitoramento ficou condicionada ao recebimento da 2ª parcela
do Piso Variável de Vigilância em Saúde, recurso extra, que deve ser utilizado
exclusivamente para ações de combate ao mosquito. Até então, o levantamento era
feito a partir da adesão voluntária de municípios. No Pará, de 144 municípios
87 realizaram o LIRAa entre outubro e novembro de 2017.
Entre as 17 capitais que o
Ministério da Saúde recebeu informações sobre o LIRAa, estão com índices
satisfatórios os municípios de Macapá (AP), Fortaleza (CE), Goiânia (GO), Belo
Horizonte (MG), João Pessoa (PB), Teresina (PI), Curitiba (PR), Rio de Janeiro
(RJ) e Palmas (TO). As capitais com índices em estado de alerta, são: Maceió (AL), Manaus (AM), Salvador (BA),
Vitória (ES), Recife (PE), Natal (RN), Porto Velho (RO), Aracajú (SE) e São
Luis (MA). As capitais Belém (PA), Boa Vista (RR), Porto Alegre (RS),
Florianópolis (SC), São Paulo (SP), Campo Grande (MS), Cuiabá (MT), Brasília
(DF) e Rio Branco (AC) não informaram os dados ao Ministério da Saúde.
Para o secretário de Vigilância
em Saúde, Adeilson Cavalcante, o levantamento é fundamental para prever ações
locais. “É necessária uma visão global da situação, por isso o levantamento tem
papel essencial nas decisões nacionais, mas principalmente locais, porque o
levantamento traz detalhes de focos de mosquito por bairros e com isso o gestor
pode prever ações efetivas de controle da proliferação do mosquito”, destacou
Adeilson Cavalcante.
O Mapa da Dengue, como é chamado
o Levantamento Rápido de Índices de Infestação pelo Aedes aegypti (LIRAa), é um
instrumento fundamental para o controle do mosquito. Com base nas informações
coletadas no LIRAa, o gestor pode identificar os bairros onde estão
concentrados os focos de reprodução do mosquito, bem como o tipo de depósito
onde as larvas foram encontradas. O objetivo é que, com a realização do
levantamento, os municípios tenham melhores condições de fazer o planejamento
das ações de combate e controle do mosquito Aedes aegypti.
CRIADOUROS - A metodologia
permite identificar onde estão concentrados os focos do mosquito em cada
município, além de revelar quais os principais tipos de criadouros, por região.
Os resultados reforçam a necessidade de intensificar imediatamente as ações de
prevenção contra a dengue, zika e chikungunya, em especial nas cidades em risco
e em alerta.
O armazenamento de água no nível
do solo (doméstico), como tonel, barril e tina, foi o principal tipo de
criadouro nas regiões Nordeste e Centro-Oeste. Nas regiões Norte e Sul o maior
número de depósitos encontrados foi em lixo, como recipientes plásticos,
garrafas PET, latas, sucatas e entulhos de construção. Na região Sudeste
predominou os depósitos móveis, caracterizados por vasos/frascos com água e
pratos.
CAMPANHA PUBLICTÁRIA - A nova
campanha do Ministério da Saúde de conscientização para o combate ao mosquito
Aedes aegypti chama atenção da população para os riscos das doenças
transmitidas pelo vetor (dengue, zika e chikungunya) e convoca a todos ao seu
enfrentamento. O objetivo é mostrar que o combate à proliferação do mosquito
começa dentro da própria casa, sendo responsabilidade de cada um, podendo gerar
mudança positiva na vizinhança. O material alerta: “Um mosquito pode prejudicar
uma vida. E o combate começa por você. Faça sua parte e converse com seu
vizinho”.
A campanha começa a ser exibida
nesta terça-feira (28) e será veiculada na TV, rádio, internet e redes sociais.
Também está previsto o dia D de mobilização contra o mosquito, que ocorrerá no
dia 15 de dezembro. A “Sexta Sem Mosquito”, como será chamada a ação, se
estenderá até janeiro mobilizando os governos Federal, Estadual e Municipal
para promoverem ações de limpeza nas cidades em casas, estabelecimentos
privados e órgãos públicos.
AÇÕES - As ações de prevenção e
combate ao mosquito Aedes aegypti são permanentes e tratadas como prioridade
pelo Governo Federal. Desde a identificação do vírus Zika no Brasil e sua
associação com os casos de malformações neurológicas, o governo mobilizou todos
os órgãos federais (entre ministérios e entidades) para atuar conjuntamente,
além de contar com a participação dos governos estaduais e municipais na
mobilização de combate ao vetor.
Para isso, o Ministério da Saúde
tem garantido orçamento crescente aos estados e municípios. Os recursos para as
ações de Vigilância em Saúde, incluindo o combate ao Aedes aegypti, cresceram
83% nos últimos anos, passando de R$ 924,1 milhões em 2010 para R$ 1,7 bilhão,
em 2016. Para 2017, a previsão é que o orçamento de vigilância em saúde para os
estados chegue a R$ 1,96 bilhão. Este recurso é destinado à vigilância das
doenças transmissíveis, entre elas dengue, zika e chikungunya. O recurso é
repassado mensalmente a estados e municípios. Além disso, desde novembro de
2015 foram repassados cerca de R$ 465 milhões para pesquisas e desenvolvimento
de vacinas e novas tecnologias, além de destinar mais R$ 395,3 milhões para o
eixo de assistência à saúde.
DENGUE - Até 11 de novembro de
2017, foram notificados 239.076 casos prováveis de dengue em todo o país, sendo
observado uma redução de 83,7% em relação ao mesmo período de 2016 (1.463.007).
Com relação ao número de óbitos, também houve queda significativa (82,4%),
reduzindo de 694 óbitos em 2016 para 122 em 2017. Da mesma forma, os registros
de dengue grave caíram 73%, de um ano para outro, passando de 901, em 2016,
para 243 em 2017. Já dengue com sinais de alarme passou de 8.875 em 2016 para
2.209 em 2017, apresentando uma redução 75% em relação ao mesmo período do ano
anterior. O estado do Pará registrou 7.406 casos prováveis de dengue neste ano.
Em 2016 foram 10.121.
Em todo país, a região Nordeste
apresentou o maior número de casos prováveis (84.051 casos; 35,2%) em relação
ao total do país. Em seguida aparecem as regiões Centro-Oeste (74.691 casos;
31,2%), Sudeste (55.381 casos; 23,2%), Norte (21.057 casos; 8,8%) e Sul (3.896
casos; 1,6%).
A análise da taxa de incidência
de casos prováveis de dengue (número de casos/100 mil hab.), em 2017, até o dia
11 de novembro, segundo regiões geográficas, evidencia que as regiões
Centro-Oeste e Nordeste apresentam as maiores taxas de incidência: 476,9
casos/100 mil hab. e 147,7 casos/100 mil hab., respectivamente. Entre as
Unidades da Federação (UFs), destacam-se Goiás (906,3 casos/100 mil hab.),
Ceará (457,7 casos/100 mil hab.) e Tocantins (322,5 casos/100 mil hab.).
CHIKUNGUNYA - Até 11 de novembro,
foram registrados 184.458 casos prováveis de febre chikungunya, o que
representa uma taxa de incidência de 89,5 casos para cada 100 mil habitantes. A
redução é de 32,1% em relação ao mesmo período do ano passado, quando foram
registrados 271.637 casos. A taxa de incidência no mesmo período de 2016 foi de
131,8 casos/100 mil/hab. O estado do Pará registrou 8.094 casos prováveis de
chikungunya neste ano. Em 2016 foram 3.705.
A região Nordeste apresentou o
maior número de casos prováveis de febre de chikungunya (141.363 casos; 76,6%)
em relação ao total do país. Em seguida aparecem as regiões Sudeste (23.169
casos; 12,6%), Norte (16.125 casos; 8,7%), Centro-Oeste (3.467 casos; 1,9%) e
Sul (334 casos; 0,2%).
Neste ano, foram confirmados
laboratorialmente 149 óbitos. No mesmo período do ano passado, foram 211 mortes
confirmadas, uma redução de 29,4%.
ZIKA - Até 11 de novembro, foram
registrados 16.870 casos prováveis de zika em todo país, uma redução de 92,1%
em relação a 2016 (214.126). A taxa de incidência passou de 103,9 em 2016 para
8,2 neste ano. O estado do Pará registrou 594 casos prováveis de zika neste
ano. Em 2016 foram 4.460.
As regiões Centro-Oeste e Norte
apresentam as maiores taxas de incidência: 38,3 casos/100 mil hab. e 12,2
casos/100 mil hab., respectivamente. Entre as UFs, destacam-se Mato Grosso
(64,5 casos/100 mil hab.), Goiás (55,9 casos/100 mil hab.), Tocantins (45,5
casos/100 mil hab.) e Roraima (43,4 casos/100 mil hab.). Em relação às
gestantes, foram registrados 2.197 casos prováveis, sendo 901 confirmados por
critério clínico-epidemiológico ou laboratorial.