O autismo é um transtorno que ainda
desperta muitas dúvidas sobre o seu tratamento. Foi a partir dessa realidade
que a recém-formada em Jornalismo pela UNAMA-Universidade da Amazônia, Carol
Boralli, decidiu escrever o livro “Maternidade & autismo - A ligação umbilical
que transformou vidas”. A obra aborda um recorte temporal do diagnóstico
positivo de autismo de uma jovem chamada Nathália até a defesa da dissertação
de mestrado de Eliana Boralli, sua mãe. O livro faz parte do Trabalho de
Conclusão de Curso e o lançamento está previsto para este ano.
A década de 80 foi o período em que a
luta começou para a família de Nathália, moradora de São Paulo. A história de
vida da jovem e a vontade de fazer a diferença motivaram a jornalista a
elaborar o livro reportagem. “A partir do sexto semestre eu comecei a ver
apresentações de TCCs de colegas do mesmo curso e descobri a possibilidade de
escrever um livro. A partir daí me encontrei. Comecei a pesquisar temas que
tivessem informações suficientes para elaborar esse trabalho. Então, decidi
escrever sobre a história da minha tia Eliana Boralli e da filha dela, a
Nathália, minha prima”, contou.
A obra segue os preceitos do jornalismo
literário trazendo documentos, fotos de arquivo e a biografia de Eliana. “O
mais interessante é que durante os depoimentos e a grande quantidade de
informações, pude perceber o quanto a educação brasileira precisa melhorar no
que diz respeito ao cuidado com pessoas autistas. Me deparei com a história de
uma mãe que não tinha informação suficiente sobre autismo no passado e que hoje
é referência no assunto”, afirmou.
A jornalista ressalta que o trabalho não se resume somente a uma história de amor, mas também de muita informação e relevância sobre o transtorno. “Foi um trabalho muito bacana de se fazer porque falei com um personagem que foi pioneiro nessa questão. A Eliana decidiu, na época, estudar mais sobre o assunto quando soube do diagnóstico e fundou da AUMA - Associação dos Amigos da Criança Autista, junto com o pai de Nathália, pois não se sentiam confortáveis em deixar a filha em nenhuma outra escola. O meu trabalho, portanto, contém informação para familiares, pessoas com autismo e demais pessoas interessadas”, declarou.
Carol Boralli destaca a importância da
UNAMA nesse processo e afirmou que se sentiu muito segura ao escrever o livro
com a ajuda dos professores. “Eu já sou formada em Direito e, depois de um bom
tempo, decidi mudar para jornalismo porque sentia que alguma coisa estava
faltando. Apesar de já estar com 35 anos de idade e meus colegas de turma
estarem na faixa etária dos 20, a Universidade me deu total apoio e
tranquilidade para realizar o curso e fazer esse tipo de trabalho”, concluiu.