A cada dois segundos, uma mulher é vítima de violência física ou verbal no Brasil, segundo o Instituto Maria da Penha. Algumas vezes, dependendo da agressão, a vítima é encaminhada para hospitais ou clínicas médicas antes de ir para a delegacia. No Hospital Regional do Sudeste do Pará - Dr. Geraldo Veloso (HRSP), gerenciado pela Pró-Saúde Associação Beneficente de Assistência Social e Hospitalar, em Marabá, o atendimento a essas vítimas segue protocolos específicos com o objetivo de apoiá-las.
Nesta semana, a Unidade, que pertence ao Governo do Pará e integra a rede local de combate à violência contra a mulher, irá promover dois debates sobre o assunto, a fim de esclarecer as diversas formas de agressão e facilitar o acesso à Lei Maria da Penha, que tornou mais rigorosa a punição para os agressores.
A primeira ação ocorreu nesta terça-feira, 27/08, envolvendo usuários ambulatoriais e, a segunda, será realizada na quinta, 29/08, com a participação da pesquisadora da Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará (Unifesspa), Marilza Sales Costa. A programação marca a agenda do movimento "Agosto Lilás" em Marabá, que visa sensibilizar a população sobre os direitos da mulher em situação de violência.
De acordo com a supervisora do Serviço Psicossocial do Hospital Regional de Marabá, Valdejane Barros, aspectos socioeconômicos, medo do agressor e vergonha são as principais barreiras para a notificação dos casos. Ela explica como funciona o atendimento às vítimas quando admitidas na Unidade. "Em caso de suspeita ou confirmação da violência, o Hospital faz o acolhimento social da paciente, orientando-a sobre seus direitos à dignidade e ao respeito, os quais não podem ser violados. Também acionamos a rede de proteção, como a Delegacia da Mulher, e preenchemos a ficha de notificação que é enviada para o Sistema de Informação de Agravos de Notificação do Ministério da Saúde", explica a assistente social.
O atendimento obedece à Política Nacional de Humanização do Sistema Único de Saúde (SUS), que considera além do aspecto biomédico do atendimento, fatores psicossociais, baseando-se no conceito de saúde integral. A Clínica Ampliada e Compartilhada, como é denominado esse modelo de gestão em saúde, envolve profissionais de diversas áreas no cuidado com o paciente, incentiva a participação dos familiares no tratamento e torna o usuário o protagonista no seu atendimento.
Serviço: Palestra sobre violência contra mulheres
Quando: 29/08 (quinta-feira), às 15h
Onde: Hospital Regional do Sudeste do Pará