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Cerca de 1300 interrupções de energia foram causadas por pipas somente nos primeiros meses de 2022

  


A capital paraense é quem lidera o ranking. De janeiro a março deste ano, Belém registrou 192 casos de falta de energia elétrica devido ao uso de pipas, de forma irregular, ou seja, próximo aos fios. Santarém aparece em segundo lugar, com 147 registros. Em outras cidades polos como Marabá e Castanhal, os números correspondem a 41 e 37, respectivamente. Os altos índices envolvendo uma das brincadeiras preferidas, principalmente da garotada, assusta a Equatorial Pará que desenvolve, ao longo dos anos, um trabalho de orientação para o uso correto dessa brincadeira. Entre as principais está a de empinar pipas longe de rede elétrica, em locais livres onde não exista nenhum tipo de cabo de energia. 

Conforme ainda levantamento da distribuidora, até mesmo no período de isolamento, por conta da pandemia causada pela covid-19, os paraenses não deixaram de sofrer com a falta de luz decorrentes das pipas na fiação elétrica. Em 2020, por exemplo, foram 7.993 ocorrências. Em 2021, o número aumentou para 8.959, em todo o Estado.

 Para o executivo da Área de Segurança, Alex Fernandes, são inúmeros os problemas causados, tanto para quem está empinando pipa, quanto para quem não tem nada a ver com a brincadeira, que embora seja divertida, a brincadeira é arriscada se não for levada a sério.  “A interrupção do fornecimento de energia elétrica por conta das pipas ocorre por causa do rompimento dos cabos pelas linhas que usam cerol, também conhecida por chilena. As pipas ficam enroscadas nas redes elétricas podendo provocar desgastes nos fios, e levar a curtos-circuitos em dias úmidos. Além disso, a tentativa de resgatar uma pipa enroscada na fiação, também pode provocar desligamentos no fornecimento além de causar vítimas. É que, caso a pipa fique presa em um componente da rede elétrica, a pessoa pode tomar um choque de até 13.800 volts”, alerta.

 O uso de cerol (mistura de cola, limalha e vidro moído) ou da “linha chilena” é considerado crime penal capitulado nos artigos 129, 132 e 278 do Código Penal Brasileiro, além do artigo 37 da Lei das Contravenções Penais. Além disso, sua formulação pode conter limalha de ferro, substância que provoca curtos-circuitos e choques. Esses tipos de linha também são um risco para ciclistas, motociclistas e a população em geral.

 Outras orientações que devem ser seguidas à risca:

– Não solte pipas em canteiros centrais de ruas, avenidas, rodovias ou qualquer lugar onde exista fluxo de veículos;

– Linhas metálicas não devem ser usadas no lugar da linha comum. Nunca use cerol ou a linha “chilena”, elas são proibidas por lei e causam acidentes;

– Não utilize papel alumínio na confecção da pipa. É perigoso, pois este material em contato com os fios provoca curtos-circuitos;

– Caso a pipa enrosque nos fios, é melhor desistir do brinquedo. Tentar recuperá-la representa sério risco, assim como tentar remover a pipa com canos ou bambus;

– Não solte pipa em tempo nublado, principalmente se tiver com chuva. Ela pode funcionar como para-raios, conduzindo energia;

– Não é indicado subir nas lajes das casas para empinar pipa, qualquer distração pode causar uma queda;

– Tenha cuidado com ciclistas e motociclistas, pois as linhas não podem ser vistas e linhas de cerol ou reforçadas podem causar graves acidentes.