Saindo da terra do caranguejo, a
viagem segue rumo a Colares. Pela PA-140, percorre-se o caminho até a estrada
de acesso à localidade de Penhalonga, em Vigia. De lá, após uma travessia
rápida de balsa pelo rio Guajará-Miri, que dura em média sete minutos. A
passagem para carros grandes custa R$ 17,00 e para pequenos R$ 13,50. Aos que
preferem fazer a rota a partir de Belém, a distância até o município é de 62,30
quilômetros.
Ao desembarcar da balsa, o
roteiro é retomado pela PA-238. Conhecida pelo lendário registro de invasão
extraterrestre na década de 70, a cidade de Colares conserva essa fama até
hoje. Para todos os lados que se olha é possível esbarrar na figura de
simpáticos alienígenas. Eles podem ser vistos nas varandas das casas, nas
pinturas das paredes e até no artesanato da região. Se quiser presentear alguém
com souvenires de Colares, pode ter certeza de que os ETs estarão entre elas. Os
moradores mais antigos trazem na memória as histórias que viraram notícia
internacional e motivo de investigação da Aeronáutica brasileira na chamada
“Operação Prato”.
Dona Tereza Monteiro, 78 anos,
relembra, como se fosse hoje, a aparição estranha que ganhou o céu da cidade.
“Quem mais via eram os pescadores. Era uma luz forte, colorida, parecia um
holofote. Quando essa luz se aproximava a gente ficava paralisado. A população
fazia fogueira, soltava pistola, fazia de tudo para tentar espantar essas
coisas”, recorda. Alguns moradores chegaram a ser atingidos pela tal luz. O
único que ainda vive para contar a história é o seu Newton Cardoso, 60 anos.
Seus relatos já ganharam páginas de livros, revistas, trabalhos científicos e
até cenas em filmes e documentários. Diante de tanta visibilidade, ele montou
uma espécie de mini museu em frente ao seu sítio, na Estrada Real de Pacatuba,
em Colares. “Recebo constantemente a visita de turistas, pesquisadores e
curiosos. Então, resolvi montar esse espaço onde reúno minhas coisas”, explica.
Interessado nessas histórias, o
oficial da Marinha Hilberto Freitas resolveu aportar em Colares para investigar
melhor os casos. Curioso por esse tipo de assunto, se dedicou à pesquisa,
tornando-se um ufólogo (estudioso sobre alienígenas). Para ele, ao
"sugar" de um ser humano, o que os ETs querem mesmo é a sua energia
vital e não o sangue, como criam algumas pessoas. Diante de tantos relatos de
moradores atingidos pela luz misteriosa, os ETs ganharam o apelido de
"chupa-chupa".
Outros
atrativos
Apesar da luz misteriosa ser
sempre assunto em Colares, não é só disso que a cidade vive. Cercada de rios e
praias, o município oferece ainda opções de balneários e igarapés. Bem na orla,
encontra-se a praia de Humaitá, onde aportam barcos e pescadores que chegam a
todo instante trazendo a produção pesqueira, e onde ainda resiste uma
samaumeira centenária que, segundo os moradores, servia de ponto de
concentração dos OVNIs.
Seguindo pela orla até a praia do
Sonrisal encontra-se o mercado de Colares, que reúne pontos de venda de peixes
frescos. O melhor horário para comprar o pescado é às 9h. No final da praia do
Sonrisal, comtempla-se o encontro das águas do mar com o igarapé que leva o
mesmo nome. Segundo os frequentadores do local, o balneário recebeu esse nome
porque a água geladinha cura a ressaca de qualquer banhista. Mais à frente,
distante 500 metros, está outro igarapé, o do Tubinho.
Quem preferir uma praia mais
tranquila, quase deserta, a pedida pode ser a praia do Machadinho, distante
três quilômetros do centro da cidade. Quando a maré está baixa, é permitida a
entrada de carros, mas na cheia o jeito é deixar o automóvel na rampa e seguir
o restante do caminho a pé. Ainda com pouca estrutura de barracas, o recanto
conserva as belezas naturais e costuma ser bastante concorrido.
A proximidade de Colares com
outras cidades permite que de barco se chegue a Mosqueiro, ao Marajó e a vários
outros pontos da região. Mas, se mesmo assim o turista preferir algo mais
reservado e tranquilo, a opção é o balneário Rayanne. Distante cerca de seis
quilômetros da via principal da cidade, o bar/hotel/restaurante oferece a
alternativa de contato direto com a natureza.
Distância
Belém-Colares: 62,30km
Acesso: BR-316/PA-140 até a
estrada de acesso à Penhalonga
Média de R$ 14,00 de ônibus no
Terminal Rodoviário de Belém