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Evento internacional debate a infância na Amazônia



A Universidade Federal do Pará (UFPA) recebe, a partir desta segunda-feira, 12, até quarta-feira,14, cerca de 150 pesquisadores e estudantes de vários locais para o III Seminário de História da Infância na Amazônia. O evento apresenta pesquisas que ajudam a compreender como as crianças eram vistas e tratadas na região ao longo do tempo e como estes processos históricos podem ajudar a melhorar a forma como percebemos a infância nos dias de hoje. A programação será realizada no Auditório do Centro de Excelência em Eficiência Energética da Amazônia (Ceamazon), localizado no Parque de Ciência e Tecnologia do Guamá (PCT-Guamá), e é uma homenagem aos 400 anos de Belém. 

“Formos afortunados pela data do seminário coincidir com o ano de aniversário de Belém e como essas pesquisas ajudam a compreender a infância nesta cidade histórica e importante para a Amazônia, é como se o evento fosse também um presente para a cidade”, explica Laura Alves coordenadora do evento e do Grupo de Pesquisa Educação, Cultura e Organização Social (Ecos).

De acordo com a pesquisadora da UFPA, entender as práticas sociais e culturais históricas em relação à infância e, especificamente, a infância na Amazônia, pode ajudar a compreender as limitações e desafios enfrentados pelos meninos e meninas até os dias atuais como a violência contra as crianças e o trabalho infantil.

Trabalho infantil e violência contra crianças têm influência histórica - “Situações como o uso da palmada ou o trabalho infantil, não só eram praticados como incentivados pelas instituições e sociedade em geral. A ideia de que o castigo e a punição educavam era consenso na escola e nas famílias. Na escola a disciplina era imposta pela palmatória e pelos castigos, enquanto em casa as famílias guiavam seus filhos com uma ‘educação severa’”, conta Laura Alves.

Já o trabalho doméstico ou assalariado era comum especialmente entre as crianças de classes em situações de vulnerabilidade. “No final do século XIX e início do século XX, a capital já possuía uma política para cuidar de crianças órfãs e ‘desvalidas’, com instituições de abrigamento que ensinavam a ler, contar e escrever e também trabalhos domésticos às meninas e um ofício aos meninos. Mas essas iniciativas estão mais ligadas a uma pressão social das classes elitizadas para que as crianças pobres não permanecessem nas ruas – esmolando, pedindo, vadiando ou praticando pequenos furtos – do que realmente a uma preocupação genuína com as crianças e os jovens”, detalha a coordenadora do evento.

Programação 

No decorrer do Seminário várias mesas redondas discutirão temas como políticas de educação, assistência às crianças e educação infantil. “Nossa conferência de abertura terá como palestrante a professor Laurinda Abreu, da Universidade de Évora e trata da infância em Portugal entre os séculos XVI e XIX, enquanto nossa Conferência de encerramento conta com a palestra da professora Magali Reis, da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais, a qual abordará as imagens e imaginários sobre as crianças. Por isso, o evento trata e destaca as questões de ontem e de hoje sobre a infância e apresenta uma grande contribuição para quem estuda o tema da infância”, defende Laura Alves.

•          Serviço:
III Seminário de História da Infância na Amazônia
Período: 12 a 14 de setembro
Local: Auditório do Centro de Excelência em Eficiência Energética da Amazônia (Ceamazon), localizado no Parque de Ciência e Tecnologia do Guamá (PCT-Guamá), próximo ao Hospital Universitário Bettina Ferro de Souza (HUBFS).
Realização: Grupo de Pesquisa Educação, Cultura e Organização Social (Ecos) do Instituto de Ciências da Educação da UFPA (Iced/UFPA)
Confira a programação completa aqui (http://educacaoufpa.wixsite.com/iii-seminario-2016/programa--o)
Saiba mais no site do evento (http://educacaoufpa.wixsite.com/iii-seminario-2016 )

* Colaboração Ascom/UFPA