Crédito: UCHÔA SILVA/PARA2000 |
Cerca de 60 espécimes de tartarugas-da-amazônia, nascidas no Mangal das Garças, foram soltas no Parque Estadual do Utinga Camillo Vianna, por meio de uma ação coordenada entre a Organização Social Pará 2000, que administra o Mangal e o Governo do Estado, por meio da Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas). A soltura ocorreu na manhã da quinta-feira (26).
Os espécimes estavam recebendo cuidados
especiais pela equipe técnica do Mangal das Garças desde antes nascimento. Os
ovos ganharam proteção contra predadores, por meio de ninhos especiais com
contenções confeccionadas a partir de bambus e telas de metal. Após o nascimento,
os animais foram inseridos em tanques e permaneceram em observação até estarem
aptos para irem à natureza.
"Através de critérios técnicos de avaliação, definimos que o Parque do Utinga foi o mais adequado para este procedimento", esclarece Moema de Jesus, do Setor de Fiscalização de Fauna e Recursos Pesqueiros da Semas.
Camilo Rodriguez, um dos veterinários
responsáveis por cuidar das tartarugas, comenta que a espécie em questão é
classificada como vulnerável na lista de animais de extinção e explica o modo
de vida deles no Mangal das Garças.
"São espécies que conseguem exercer vida livre no Mangal das Garças por conta das condições naturais que o espaço fornece. Num período de aproximadamente 40 a 60 dias os ovos destas tartarugas eclodem, e a equipe técnica do Parque fica atenta ao processo de nascimento dos filhotes, pois muitos deles costumam ficar enterrados na areia e poucas saem por conta própria. A maioria foi resgatada pelos funcionários Mangal", conta o veterinário.
Segundo o veterinário, algumas tartarugas nasceram com o umbigo exposto, que durante o período de fecundação ficam conectados aos ovos. A equipe técnica teve que realizar a limpeza desta área sensível diariamente para que pudesse desinfeccionar.
"Nós conseguimos recuperar 62 tartarugas-da-amazônia, das quais 60 foram liberadas no Parque Estadual do Utinga e outras duas ficaram conosco. Só depois de garantir que todas as tartarugas estavam nas devidas condições para a liberação, que houve de fato a soltura delas no habitat natural", disse Camilo Rodriguez.
A estagiária de medicina veterinária Ana Karoline Neves, explica um pouco sobre os cuidados que os funcionários do Mangal tiveram com estes animais. "Nós acompanhamos as tartarugas desde a primeira postura de fecundação delas nos lagos do Mangal das Garças, protegemos os ninhos e cuidamos dos espécimes até o momento da soltura", expõe.
Rodriguez conta que além das
tartarugas-da-amazônia, nasceram também três tracajás, uma tartaruga perema e
uma muçuã, que permaneceram no Parque para recompor o plantel do espaço e
preservar a viabilidade genética.
"Além disso, o consumo de matéria orgânica
que essas espécies fazem ajuda na limpeza dos espaços aquáticos contribui para
a biodiversidade local", finaliza Camillo Rodrigues.
Funcionamento: Todos os dias (exceto às segundas), de 8h às 18h. Entrada franca*.
Programação diária no Mangal:
- Soltura das borboletas no Borboletário: 10h e
16h
- Alimentação das garças no Recanto da Curva:
11h, 15h, 17h30
- Passeio da Coruja Olívia: 17h às 18h.
*Para visitar os espaços monitorados é
necessário adquirir o ingresso por R$ 5.
Endereço: Rua Carneiro da Rocha, s/n, no bairro da Cidade Velha, em Belém.
PARQUE ESTADUAL DO UTINGA CAMILLO VIANNA:
Funcionamento: Todos os dias (exceto às
terças), de 6h às 17h. A entrada no local é gratuita.
Endereço: Av. João Paulo II, S/N.