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Espaço museológico da Casa de Memória Transxingu abre para visitações

  


Um lugar para a preservação e valorização do patrimônio cultural do Médio Xingu. Assim pode ser definida a Casa de Memória Transxingu, localizada no município de Altamira, no sudoeste do Pará. Construído pela Norte Energia, empresa privada e concessionária da Usina Hidrelétrica Belo Monte, o espaço é uma das condicionantes do licenciamento ambiental do empreendimento e foi criado com o objetivo de proporcionar aos visitantes a vivência das tradições culturais da região. Em março, a Casa de Memória abre suas portas para sua primeira programação permanente: a exposição museológica “Transxingu: Dois caminhos e muitas histórias”. 

A exposição traz o conceito de território patrimonial da Transamazônica, definida em oficinas participativas com moradores dos municípios de Altamira, Anapu, Brasil Novo, Senador José Porfírio e Vitória do Xingu, que ficam na área de influência direta de Belo Monte. As histórias são apresentadas de maneira dinâmica e seguindo tendências mundiais de composição dos museus contemporâneos, em que o público é convidado a imergir e interagir com o espaço, tornando-se parte da exposição.

 A estudante Clara Silva de Souza, de 12 anos, foi uma das primeiras a visitar a exposição. “Eu achei muito interessante porque tem histórias da Amazônia e de Altamira. Gostei muito de saber mais sobre os sons da região e a história do período da borracha. Se alguém de fora chegar e perguntar, eu vou saber falar mais sobre nossa região”, comentou. 

A mostra reúne entrevistas de 158 pessoas, que contam suas histórias de vida na região; 160 registros de edificações; mais de 5,5 mil registros fotográficos de diferentes formas de expressão e mais de 278 horas de gravações de ciclos históricos e econômicos do Xingu. Este conteúdo permite a abordagem de diversos temas transversais, como os movimentos migratórios para a Amazônia, a construção da Transamazônica e todo movimento gerado e influenciado pelo rio Xingu, no passado e presente. “As pessoas poderão interagir por meio da visão, audição e tato, tudo conectado à tecnologia, o que torna a exposição mais interessante e bastante acessível”, contou a museóloga Keila Souza, responsável por realizar as visitas guiadas à exposição.

 A artesã altamirense, Dilvane Silva, se mostrou encantada com o local. “Nunca tinha visitado um museu antes e é uma experiência muito interessante que vou falar para todos conhecerem. É um momento de lazer para a gente”, destacou.

 Para o gerente de Monitoramento Socioambiental da Norte Energia, Roberto Silva, o local servirá não somente como espaço de lazer, mas também local de pesquisa sobre o Médio Xingu. “A exposição retrata um pouco da vida das pessoas que ajudaram a construir e ocupar a Transamazônica e o Xingu. Trata-se de um importante legado do empreendimento, concebido a partir de muitos estudos, que valoriza a cultura desta parte única da Amazônia”, declarou. 

A Casa de Memória Transxingu é administrada pela Universidade Federal do Pará (UFPA), campus Altamira e conta com área de 8.587 m². Além do espaço museológico, possui 2 salas multiuso, teatro para 100 pessoas, arena para apresentações e área administrativa.