Na manhã da última quinta-feira (8) foi
realizada a contagem e soltura de cerca de 29 mil filhotes de tartarugas da
Amazônia, no rio Xingu. O trabalho foi realizado pela Gerência da Região
Administrativa do Xingu, do Instituto de Desenvolvimento Florestal e da
Biodiversidade do Estado do Pará (GRX/Ideflor-bio), que esteve no Refúgio de
Vida Silvestre Tabuleiro (Revis) do Embaubal, nas ilhas Juncal e Piteroçu, para
manejo dos ninhos das tartarugas.
O manejo consiste na retirada de
filhotes que acabaram de sair dos ovos e deixam os ninhos na direção ao rio. A
ação é necessária para proteger os animais de fatores ambientais e predatórios,
como a incidência de inimigos naturais, principalmente os urubus, garantindo a
sobrevivência de uma maior quantidade de indivíduos. A atividade conta com a
parceria da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Turismo (Semat) do
município de Senador José Porfírio, do Batalhão de Polícia Ambiental (BPA) e da
Leme Engenharia, empresa responsável pelo monitoramento das tartarugas e outros
organismos aquáticos no Revis.
As equipes integradas iniciaram as
vistorias e começaram a coleta das tartaruguinhas às três da manhã. Os filhotes
avistados na areia indicam as áreas de ninhos, que são cavados para facilitar e
agilizar a saída dos mesmos. O trabalho precisa ser ágil, pois às 6h os urubus
começam a invadir as praias, oferecendo risco de predação.
Os animais coletados são acondicionados
em basquetas e levados para as margens do rio, nas proximidades dos ninhos, que
logo após o período de desova são demarcados e cercados. São feitas parcelas
para facilitar a coleta e contagem com telas. Essas áreas são monitoradas 24h
pelas equipes da Semat e Leme engenharia.
De acordo com Maria Bentes, gerente da
GRX, o período de eclosão ainda está no início e o trabalho de monitoramento
terá continuidade. “A soltura faz parte de uma monitoração de rotina junto aos
ninhos, que foram cercados para a proteção dos espécimes. Os filhotes de
tartarugas são coletados para contagem e em seguida é feita a soltura de todos
eles, sempre nas margens das praias onde as fêmeas desovaram”, conta.
O início do processo de desova das
tartarugas foi constatado no mês de setembro. Desde então a equipe do
Ideflor-bio vem reforçando o trabalho de fiscalização e monitoramento do
período de desova e eclosão dos ovos tanto no Revis Tabuleiro do Embaubal,
quanto na Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) Vitória de Souzel. A
equipe percorre toda a área das Unidades de Conservação, perfazendo um total de
26.991 mil hectares, garantindo a fiscalização e monitoramento das principais
ilhas no interior das unidades em que ocorre a desova da Tartaruga da Amazônia,
como Juncal, Peteruçu, Peteruçuí, Embaubal, Jenipaí, Carão, Ponta do Miricituba
e no entorno das UCs.