As obras de prolongamento da
Avenida João Paulo II avançam, mantendo a previsão de que sejam concluídas e
entregues à população em dezembro deste ano. Atualmente, a obra já está com
mais de 90% da terraplenagem pronta, 30% da pavimentação, mais de 60% de obras
de arte espaciais e quase 50% da drenagem, o equivalente a cerca de 70% do
projeto.
Na manhã desta segunda-feira (3),
o secretário de Estado da Fazenda, Nilo Noronha, acompanhou uma equipe de 40
profissionais da Sefa (Secretaria de Estado da Fazenda), entre coordenadores e
diretores, em uma visita técnica ao canteiro de obras, verificando o avanço das
frentes de trabalho com a chegada da estiagem.
A comitiva percorreu toda a
extensão da obra, desde a estaca zero, na altura da Rua Mariano, onde inicia o
prolongamento da avenida, até o elevado da Rodovia Mário Covas, onde será
construída a interligação da Avenida João Paulo II com a BR-316, por meio da
quarta pétala do elevado do Coqueiro. Essa conexão do prolongamento com o
elevado do Coqueiro, e deste com a Rodovia Mário Covas, permitirá o acesso
direto ao centro de Belém de veículos oriundos dos conjuntos Cidade Nova e
Paar, e dos bairros do Coqueiro e 40 Horas, em Ananindeua. Com isso, o projeto
busca melhorar a distribuição do tráfego geral e do transporte público, e
viabilizar a implantação do BRT na Rodovia BR-316 até Marituba.
Para o coordenador de Trânsito da
Sefa, Amadeu Fadul Teixeira, a obra contribuirá para desafogar o trânsito em
Belém, sobretudo na entrada e saída da cidade. “Acredito que a ‘João Paulo II’
irá se configurar como a principal via de acesso à cidade de Belém e permitirá
uma distribuição da demanda de veículos, que hoje acaba sendo concentrada na
BR- 316, e resultando em grandes congestionamentos diários. Saio hoje dessa
visita com um sentimento pessoal de satisfação, pois constato que o dinheiro
que o Estado vem investindo aqui nessa obra está sendo muito bem empregado”,
avaliou o gestor. Atualmente, o acesso à capital paraense é feito pela Rodovia
BR-316 e pela nova Avenida Independência. A “João Paulo II” se tornará mais uma
opção de escoamento urbano.
Urbanização - A nova avenida será
uma via metropolitana de duas pistas para tráfego geral, cada uma com 10,50
metros de largura, dividida em três faixas de tráfego, com 3,50 metros cada. Na
maior parte de sua extensão haverá 2,50 metros de acostamento, 2,50 metros de
ciclovia bidirecional e 2 metros de calçada do lado esquerdo e 1,20 m do lado
direito, no sentido Passagem Mariano/BR-316, separada por canteiro central.
Acostamentos, ciclovias e calçadas respeitarão os preceitos legais de
acessibilidade.
A avenida também contará com
drenagem, iluminação pública e monitoramento de segurança. Sete passarelas para
pedestres serão implantadas ao longo da via, às proximidades dos seis pares de
pontos de ônibus urbanos. Toda a obra terá 4,7 quilômetros.
Durante a visita, Cesar Meira,
diretor-geral do Núcleo de Gerenciamento de Transporte Metropolitano (NGTM),
responsável pela obra, apresentou aos visitantes o projeto da nova via e
pontuou os benefícios que a obra trará não apenas para quem vive no entorno,
mas para toda a população.
“Entre os benefícios dessa obra
está a proteção ao Parque Ambiental do Utinga, já que a via se tornará uma
barreira física, impedindo o avanço urbano sobre o Parque, que vinha
acontecendo de forma irregular, e uma barreira sanitária, pois aqui também
implantaremos um projeto de fitorremediação, que irá tratar as águas que chegam
aos mananciais que hoje abastecem a cidade. É um sistema de filtro de águas,
que já é uma realidade em outros países, como a França e, que consequentemente
trará qualidade de vida para nossa população”, informou o diretor.
A fitorremediação é um eficiente
sistema de captação e tratamento de águas provenientes das seis bacias de
contribuição, que hoje estão sendo lançadas diretamente no Parque do Utinga. A
barreira reduzirá substancialmente a contaminação dos mananciais da cidade e
também o índice de doenças causadas por mosquitos, trazendo mais saúde e
qualidade de vida para a comunidade. É uma importante contribuição que a obra
trará para a Região Metropolitana de Belém, explicou Cesar Meira, ajudando na
preservação do Parque Ambiental do Utinga e da Área de Preservação Ambiental
(APA).
Benefícios sociais - O projeto
ultrapassa a questão da mobilidade urbana, uma vez que beneficiará aas áreas
ambiental, paisagística, social, de segurança, telecomunicações e de saneamento
básico. A área de abrangência do projeto é de 271,41 hectares, e contempla os
bairros Curió-Utinga, Castanheira e Guanabara, nos quais residem cerca de 40
mil pessoas, que serão diretamente contempladas com um programa social,
desenvolvido pela Fundação Pro Paz. Outro benefício será a implantação de áreas
de lazer, como praças com equipamentos urbanos, nas áreas remanescentes do
Parque.
O secretário Nilo Noronha
destacou os benefícios que a obra trará, sobretudo para a população dos bairros
diretamente afetados. “A qualidade dos materiais que estão sendo utilizados
nesta obra, como o tipo de asfalto diferenciado e a estrutura metálica para a
construção das pontes, são de alta durabilidade. Tudo para que a via permaneça
por muitos anos sendo usufruída pela população, pois às vezes quando se fala em
patrimônio público há quem pense que não há qualidade. Além da preocupação
ambiental e social, com a implantação de áreas de lazer para beneficiar a
comunidade que vive no entorno da via. Considero este projeto uma referência do
Governo Simão Jatene”, destacou Nilo Noronha.
Além da nova avenida, quatro vias
que completam o sistema de mobilidade receberão pavimentação, drenagem e
iluminação pública - Rua Moça Bonita (entre Avenida João Paulo II e BR-316);
Rua do Fio (entre Passagem Simões e BR-316); Passagem Simões (entre Rua do Fio
e Avenida João Paulo II) e Rua da Pedreirinha (entre Avenida João Paulo II e
BR-316).
Prioridade - A obra ganhou novo
impulso após sua inclusão na lista do governo federal das 20 obras prioritárias
para 2017, em 24 de janeiro, durante uma reunião no Ministério das Cidades, em
Brasília (DF). Na ocasião, o Governo do Pará e a União firmaram o compromisso
que permitiu a inclusão do prolongamento da avenida na lista de prioridades, e
o Ministério das Cidades garantiu, de forma mais ágil, o repasse de recursos
via Orçamento Geral da União (OGU).
“Com a finalização da ponte sobre
o Lago Bolonha, considerada a mais trabalhosa e demorada devido ao seu formato
arquitetônico e método de execução, o início da construção da ponte sobre o
Lago Água Preta, que é menor e de execução mais simples, já que não terá os
arcos que dificultam o processo de montagem, a estrutura financeira equacionada
e a demolição dos últimos imóveis desapropriados, conseguiremos entregar essa
via até dezembro”, garantiu Cesar Meira.