Com o objetivo
de resguardar a cadeia produtiva da fruticultura paraense, a Agência de Defesa
Agropecuária do Pará (Adepará) está realizando até este sábado, 2, ações
educativas de combate à Mosca da Carambola – praga que atinge principalmente
frutas.
A programação
educativa está sendo realizada no distrito de Monte Dourado, no município de
Almeirim, que faz divisa com Laranjal do Jari, no sul do Amapá, e que tem a
praga, com risco de dispersar para outros estados. Os dois municípios são
divididos apenas por um rio, com intenso fluxo de pessoas e embarcações.
A mosca pode
trazer sérios prejuízos, com forte impacto socioeconômico, já que as frutas
atacadas ficam impróprias para o consumo, ocasionando perdas na produção. Ela
ataca várias espécies frutíferas, tais como, carambola, manga, caju, laranja,
goiaba, acerola, caju, jambo e, recentemente, foram descobertas como
hospedeiras a licania, pimenta de cheiro, muruci, ajuru, ameixa roxa, araçá
boi, biribá e cutite.
A educação
sanitária objetiva esclarecer à população sobre os aspectos legais, trânsito de
frutos, danos econômicos e os problemas sociais gerados pela mosca da
carambola. A equipe está no local realizando palestras nas escolas, abordagem,
sensibilização e distribuição de material informativo nas casas, supermercados
e feiras, além de abordagem na área portuária alertando aos proprietários das
embarcações sobre os riscos inerentes ao transporte de frutos potencialmente
infestados.
Segundo a
engenheira agrônoma e fiscal da Adepará, Gabriela Cunha, o objetivo principal é
alertar à população com relação ao trânsito de fruto hospedeiro. “Mesmo sem
saber, a pessoa pode estar transportando um fruto que aparentemente pode estar
sadio, mas que por dentro pode conter uma larva e que pode se desenvolver em
outro município, numa área sem foco”, explicou.
Entre as
recomendações, o cuidado para não trazer fruto hospedeiro do Amapá para o Pará,
independentemente da quantidade, deixar as equipes de combate entrar nas casas,
manter as crianças longe das armadilhas, entre outras. “É muito importante a
parceria com a população exercendo o papel de cidadão como multiplicadores da
informação”, ressaltou Gabriela.
Ação de Combate
Desde que foi
detectado o foco no município, a Adepará vem realizando ações de combate, com
resultados positivos, como a princípio, a redução no número de moscas. Além
disso, baseado no Programa Nacional de Erradicação da Mosca da Carambola,
técnicos da Agência desenvolvem atividades de adensamento das armadilhas,
monitoramento semanal, coleta de frutos para quebrar o ciclo da praga, além da
fiscalização do trânsito de frutas hospedeiras para controlar a entrada e a
saída de produtos, e orientação acerca da praga, que é a principal barreira
para a exportação das frutas brasileiras.
“A praga não
causa danos à saúde, sua restrição provém das exigências de acordos
internacionais com países exportadores de frutas nacionais”, esclareceu o
gerente de Pragas de Importância Quarentenária da Adepará, Luiz Guamá.
Ainda segundo
Guamá, é proibido por lei o transporte e o comércio de frutos hospedeiros de
regiões infestadas para locais livres da praga. Quem transportar ou vender
frutos hospedeiros nas regiões com presença da mosca da carambola pode sofrer
penalidades.