A Secretaria de Estado de Saúde
Pública (Sespa) inicia, neste sábado, 10, a mobilização preventiva para o
controle das Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST), que ocorrerá durante o
período de carnaval. A ação será realizada até o dia 14 deste mês pela
Diretoria de Vigilância em Saúde, em conjunto com as coordenações de IST/Aids,
Hepatites Virais, Dengue, Zika, Chikungunya
e Centros Regionais de Saúde.
“A ideia é intensificar as ações
existentes, que envolvem os vários setores com responsabilidade sobre a
prevenção, diagnóstico e tratamento das ISTs e doenças transmitidas pelo aedes
aegypti. A mobilização pretende alcançar a população jovem, visto que nos
últimos anos os casos de IST/HIV/Aids hepatites virais vêm crescendo neste
público em todo o país”, ressaltou a diretora de Vigilância em Saúde da Sespa,
Rosiana Nobre.
Com o tema “Use camisinha e viva
essa grande festa” a campanha envolve profissionais da área da saúde do Estado
e dos municípios, como agentes comunitários, técnicos e representantes das
Organizações Não Governamentais. Eles percorrerão os locais de maior concentração
dos foliões, como praias e balneários dos municípios prioritários: Belém
(Mosqueiro), Barcarena, Abaetetuba, Bragança, Curuçá, Marudá, Salinópolis,
Salvaterra, Soure, Vigia, Cametá, Peixe-Boi, Breves, Capanema, São João de
Pirabas e São Caetano de Odivelas. Serão distribuídos materiais educativos e
entregues 1,5 milhão de preservativos masculinos, 80 mil preservativos
femininos e 30 mil gel lubrificante.
De acordo com dados oficiais
obtidos no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), as
IST/Aids, hepatites virais, dengue, zika e chikungunya são agravos de alta incidência no Pará. O
índice do HIV/AIDS no público jovem vem crescendo, com relação aos anos de 2011
e 2016, que obteve-se um aumento de 60% dos casos entre jovens na faixa etária
de 13 a 24 anos. Os jovens do sexo masculino possuem a maior incidência da
doença em relação a população feminina.
De 1° de janeiro a 20 de setembro
de 2017, 774 adultos e sete crianças foram diagnósticos com o vírus HIV no Pará
e iniciaram tratamento pela rede mantida pelo Sistema Único de Saúde (SUS)
disponível no Estado. No mesmo período, outras 330 pessoas manifestaram os
sintomas da Aids, composta por um quadro de enfermidades ocasionadas pela perda
das células de defesa em decorrência da infecção pelo vírus HIV. “A prevenção
ainda é a melhor forma de se proteger contra as ISTs e o HIV. Daí a importância
do uso do preservativo”, completou a coordenadora de IST/Aids, Deborah Crespo.
Cerca de 10 mil pessoas, entre
adultos e crianças, fazem tratamento para HIV/Aids no Pará por meio de uma rede
de serviço própria para o trabalho de prevenção e para o monitoramento dos
pacientes soropositivos. Ao todo, estão disponíveis no Pará 74 CTAs. A ampliação desses serviços depende das
gestões municipais e, nesse caso, o governo estadual trabalha como um
articulador e um facilitador, além de discutir as estratégias que serão usadas
na prevenção da doença, por meio de treinamento de profissionais das unidades
municipais que atuarão diretamente com o paciente.
Hepatites: Dados da Organização
Mundial da Saúde (OMS) apontam para 170 milhões de pessoas infectadas com
hepatite C e 350 milhões de portadores da hepatite B. A grande maioria dos
pacientes não tem diagnóstico da infecção e pelo caráter “silencioso destas
infecções“, os sintomas só aparecem na fase da cirrose, com desenvolvimento de
complicações o que determina aumento da morbidade e mortalidade por
insuficiência hepática.
A coordenadora estadual de
Hepatites Virais, Cisalpina Cantão, informou que além da prevenção a ação
também visa incentivar o diagnóstico precoce. “A ideia também é sensibilizar a
população para reduzir a transmissão por outros meios, como a educação sexual e
a não utilização do compartilhamento de materiais cortantes, como kit de manicure
e lâminas de barbear. Outro ponto é aa importânci da vacinação contra a
hepatite B”, explicou Cisalpina.