Produtores de pimenta-do-reino têm acesso à tecnologia no cultivo em Baião




O pé de pimenteira-do-reino, planta trepadeira, precisa de um tutor (apoio) para direcionar seu crescimento. No Pará, o escritório local da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado do Pará (Emater), em Baião, nordeste do estado, implantou uma unidade de aprendizagem tecnológica com a planta gliricídia para ser usada com esse objetivo no cultivo de sete espécies de pimenta-do-reino.

A iniciativa, implantada no início desse mês, tem a parceria da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e da Secretaria Executiva de Agricultura Familiar de Baião (Semaf).

O plantio de pimenta-do-reino - embora seja histórico no estado desde a década de 1930, com a imigração japonesa, e ainda gradue o estado como segundo maior produtor nacional, atrás apenas do Espírito Santo – enfrenta o desafio ambiental da escassez das madeiras duráveis, que são usadas como tutores mortos e provocam a exploração irregular e desenfreada das florestas.

A técnica permite que, em vez de desmatarem para conseguir madeira ou comprarem a preços altos, toras muitas vezes de origem ilegal, os produtores utilizem como tutor vivo estacas de gliricídia, planta originária da América Central, para sustentar o desenvolvimento da trepadeira de pimenta-do-reino. Além disso, a gliricídia serve como adubo orgânico, ajudando a reduzir a necessidade de fertilizantes químicos.

O evento de inauguração da unidade ocorreu no dia 8 de março e reuniu técnicos, autoridades, lideranças comunitárias e agricultores diretamente interessados nesse cultivo.

“Juntos, nós como instituições em nível de pesquisa, execução, monitoramento, acompanhamento e resultados, viemos apresentar a alternativa de substituição desses tutores mortos típicos - como acapu e jarana – de alto custo ao ponto de até inviabilizar a atividade, como também podem criar um problema ambiental”, avaliou o chefe interino da Emater, o técnico em agropecuária Emanoel Pantoja.

Ele disse ainda, que a nova tecnologia beneficia especialmente o pequeno produtor. “Quem mais sai ganhando certamente é o agricultor familiar de Baião e da região”, acrescentou.