A Hungria quer estreitar relações
comerciais com o Pará e, para isso, o embaixador do país no Brasil fez, nesta
quinta-feira, 12, uma visita diplomática ao Governo do Estado. Saneamento,
pecuária, segurança, educação e indústria foram os temas tratados no encontro.
O secretário de Estado de
Turismo, Adenauer Góes, representando o governador Simão Jatene, recebeu o
embaixador, Norbert Konkoly, e a cônsul geral adjunta de Assuntos Comerciais,
Zsuzsanna László. O reitor da Universidade do Estado do Pará (Uepa), Rubens
Cardoso da Silva; o presidente da Companhia de Desenvolvimento Econômico do
Pará (Codec), Fábio Lúcio Costa e; a coordenadora de Relações Internacionais do
Governo do Estado, Larissa Steiner Chermont, participaram da reunião.
“O atual governo húngaro decidiu
que o país deve adotar uma política de maior abertura, com ênfase na área
comercial e tendo o Brasil como um parceiro preferencial”, declarou o
embaixador da Hungria. Diante disso, segundo ele, o estado do Pará foi escolhido
“por ser um parceiro ideal do ponto de vista de sua estabilidade econômica e
posição geográfica no mundo”, bem como “por sua ampla possibilidade de
crescimento e desenvolvimento”.
À mesa de reuniões, o embaixador
trouxe ofertas de empresas húngaras nas áreas de saneamento (tecnologia
superior para tratamento de água e esgoto, com reaproveitamento de recursos
hídricos); pecuária (aumento na produção de carne e leite com o uso de
bactérias positivas na alimentação do gado); segurança (instalação de proteção
perimetral para monitoramento de ações em torno de prédios públicos) e;
educação (oferta de bolsas de estudos para brasileiros em universidades e
institutos tecnológicos em Budapeste e outras cidades húngaras).
Ao mesmo tempo, o embaixador
anunciou o interesse de uma empresa de seu país em se instalar no Pará com o
objetivo de beneficiar ferro e alumínio, usando matéria-prima em abundância no
estado. Norbert Konkoly revelou ainda que um consulado honorário deve ser
implantado em Belém para continuar as negociações iniciadas na reunião desta
quinta-feira.
Para o secretário Adenauer Góes,
o Pará tem um enorme interesse em aprofundar relações com a Hungria, não
somente na área comercial, mas também cultural e social. “Parceiros que venham
somar e aumentar ainda mais nosso desenvolvimento são sempre bem-vindos”, disse
Adenauer.
Em Belém, o embaixador e a cônsul
seguirão uma agenda que inclui, dentre outras visitas, encontros na
Universidade Federal do Pará, Uepa e prefeituras de Belém e Santarém.
Geografia e economia
Localizado na porção centro-sul
do continente europeu, o território húngaro é banhado de norte a sul pelo
segundo maior rio do continente, o Danúbio. O país não possui saída para o mar
e limita-se ao norte com a Eslováquia, a nordeste com a Ucrânia, a leste com a
Romênia, ao sul com a Sérvia e Croácia, a oeste com a Áustria e Eslovênia.
A Hungria é a 28ª maior economia
de exportação no mundo. Em 2016, o país exportou US$ 102 bilhões e importou US$
91,4 bilhões, resultando em um saldo comercial positivo de US$ 11,5 bilhões. Em
2016, o PIB da Hungria foi de US$ 124 bilhões e seu PIB per capita foi de US$
26,7 bi.
As exportações principais são
automóveis (US$ 11 bilhões), peças de veículos (US$ 5,92 bilhões), motores de
ignição (US$ 3,53 bilhões), medicamentos embalados (US$ 3,27 bilhões) e motores
de combustão (US$ 2,82 bilhões). Os principais destinos de exportação da
Hungria são a Alemanha, (US$ 28,4 bilhões), Romênia (US$ 5,14 bilhões),
Eslováquia (US$ 5,07 bilhões), França (US$ 4,92 bilhões) e a Itália (US$ 4,91
bilhões).
Em relação ao Brasil, o comércio
com a Hungria apresenta um fluxo menor, tanto na exportação, quanto na
importação. O ano de 2016 apresentou o valor de importação de 25.245.659 (US$
FOB) e no ano de 2017 de 40.243.440 (US$ FOB). O Pará apresentou valores
negativos no saldo da balança comercial com a Hungria nos anos de 2016 e 2017,
-3.177 (US$ FOB) e -201.537 (US$ FOB) respectivamente.