Polícia Civil investiga denúncia de corrupção em Santarém Novo


A Polícia Civil deflagrou na manhã desta quarta-feira (11) a primeira fase da Operação Rochedo do Caranguejo, destinada a investigar desvios de recursos públicos que teriam sido praticados na gestão anterior à atual na Prefeitura de Santarém Novo, no nordeste do Pará. Segundo a denúncia, os crimes foram cometidos entre 2013 e 2016. Sete mandados de busca e apreensão foram cumpridos em Belém, Capanema e Santarém Novo, direcionados a pessoas ligadas à gestão municipal investigada.

A apuração é coordenada pela Delegacia de Repressão a Defraudações Públicas (DRDP), unidade vinculada à Divisão de Repressão ao Crime Organizado (DRCO). O delegado Carlos Eduardo Vieira, titular da DRDP, explicou que a fraude investigada consistia na contratação de “funcionários fantasmas“. "Pessoas eram inseridas irregularmente na folha de servidores contratados da Secretaria Municipal de Saúde, para que terceiros (outras pessoas) recebessem os valores a título de rendimentos, sem haver contraprestação de trabalho em favor do município", disse o delegado.

O esquema foi denunciado ao Ministério Público do Estado, que requisitou a instauração de inquérito à DRDP. Foi designado o delegado Társio Martins para presidir o inquérito instaurado para apurar os fatos. O delegado representou à Justiça pelas medidas cautelares de busca e apreensão. As ordens judiciais foram deferidas pela juíza Roberta Carneiro, titular da Comarca de Santarém Novo.

Na primeira fase da investigação, informou Carlos Vieira, quase 30 policiais civis da Diretoria de Polícia Especializada (DPE) e da Diretoria de Polícia do Interior (DPI) foram mobilizados para cumprir os mandados de busca e apreensão em Belém, Capanema e Santarém Novo. Os policiais estiveram nas sedes de órgãos públicos vinculados à Prefeitura de Santarém Novo e nas residências de agentes públicos da gestão anterior, entre eles o ex-prefeito, o ex-vice-prefeito e o ex-secretário de Saúde do município.

Perícia - Todo o material apreendido deve ser levado para a sede da DRCO, em Belém, onde passará por análises e será encaminhado ao Centro de Perícias Científicas Renato Chaves. Entre os materiais apreendidos estão computadores, documentos e telefones celulares. O delegado ressaltou que o cumprimento das ordens judiciais visa coletar materiais usados como prova nas investigações, para subsidiar o entendimento da autoridade policial sobre a materialidade e autoria dos crimes investigados.

Além disso, os policiais civis investigam a atuação de uma possível associação ou organização criminosa na administração pública. Ainda de acordo com o delegado, outras fases da operação policial poderão ser desencadeadas no decorrer das investigações. O nome da operação, "Rochedo do Caranguejo", é uma alusão ao município de Santarém Novo, conhecido como Terra do Caranguejo.