Sindicato dos Jornalistas do Pará repudia declaração do vereador Joaquim Campos

O Sindicato dos Jornalistas do Pará (Sinjor-PA), em relação às declarações feitas pelo vereador Joaquim Campos, e publicadas por ele no último dia 15/07, vem a público externar o seu repúdio ao tratamento desrespeitoso dispensado à jornalista Cristiani Sousa, Coordenadora de Comunicação e Assessoria de Imprensa do Detran, no citado vídeo gravado pelo vereador, que sequer estava no local no momento em que a quando a profissional exercia suas funções. E mesmo não tendo identificado a jornalista em seu vídeo, citou o cargo e o órgão onde ela trabalha, ou seja, na prática, o vereador dirigiu todo o seu desrespeito à assessora do órgão. 

E por esse motivo, o Sinjor-PA, na condição de representante da categoria, abre espaço para que a profissional faça o seu relato, o qual publicamos na íntegra:

“Na noite da última sexta-feira (13), infelizmente mais um crime de alcoolemia foi registrado pelas nossas equipes de fiscalização no trânsito no município de Salinópolis. Para atender às primeiras demandas da imprensa por informações do caso, me dirigi até a delegacia do município para obter as informações corretas e prestar o atendimento, que é minha obrigação na condição de assessora de imprensa, presente no município a trabalho, como tenho feito nos finais de semana deste mês de julho, divulgando as ações de educação e fiscalização do Detran em um dos locais com a maior aglomeração de pessoas durante o verão paraense.

Na delegacia fiz o meu trabalho jornalístico como qualquer profissional ético faria. Entrevistei a vítima e fotografei a lesão no braço, sem identificá-la. Em nenhum momento induzi o vendedor ambulante, vítima do atropelamento, a falar qualquer coisa que denegrisse a imagem do acusado pelo crime de trânsito, e os áudios da entrevista comprovam isto. Inclusive, perguntei a ele se era de acordo com as ações preventivas e de fiscalização realizadas pelo Detran e pelo Sistema de Segurança como um todo, e ele foi enfático ao responder, dizendo concordar com a fiscalização. A pergunta foi feita a ele porque, mais do que o simples trabalho de cobertura, acredito que mostrar os riscos destas ocorrências ajudam a conscientizar a população do quanto as medidas educativas e de fiscalização são importantes na redução das causas de acidentes como o sofrido pelo vendedor.

Segui o que o bom jornalismo manda. Mas na manhã de domingo (15/07), me deparei com um vídeo no qual fui citada por um vereador e apresentador de um programa local como se eu estivesse cobrindo aquela ocorrência apenas com intuito político. E mais grave: fui acusada neste mesmo vídeo de ter feito uma “montagem” com a foto dele e do documento de seu filho, o que não ocorreu, e este senhor minimamente deveria saber que a quem acusa cabe a o ônus da prova. De fato tomamos conhecimento da imagem, divulgada por um portal de imprensa local que possivelmente deve ter suas próprias fontes dentro da polícia.

Ainda em resposta a este senhor digo apenas que se a vida de seu filho esteve em risco, isto deve ter ocorrido bem antes dele ter sido preso em flagrante por lesão corporal, quando ainda trafegava pelas ruas de Salinópolis sob efeito de álcool, situação confirmada no exame de verificação de alcoolemia, que constatou um índice alcóolico 4 vezes acima do permitido. E este jovem infelizmente não arriscou só a própria vida, mas também a de outras pessoas. Ao fazer meu trabalho de apurar as informações asseguro que ele não correu nenhum risco dentro do Sistema de Segurança, onde recebeu o tratamento dado a todos os cidadãos na delegacia, o que logo foi presenciado por um tio do acusado e seu advogado, que estiveram na delegacia para acompanhar todos os procedimentos.

Afirmo ainda, sem sombra de dúvida, que embora eu tenha sido remunerada por meu trabalho no final de semana, trabalhei honestamente na divulgação das ações de educação, balanços da fiscalização e atendimento das demandas de imprensa, e tenho todos os registros de publicações e atendimentos que comprovam a realização das minhas tarefas.

Por fim asseguro ao senhor vereador que mesmo alguns sendo contrários ao trabalho de educação e fiscalização no trânsito, estas são tarefas realizadas para salvar vidas, inclusive a do seu filho, que se continuasse ao volante na noite de sexta-feira,13, poderia ter sofrido ou causado um acidente muito mais grave do que causou.

Cristiani Sousa
Jornalista - Coordenadora de Comunicação e Assessoria de Imprensa do
Departamento de Trânsito do Estado do Pará

Também assina esta nota o
Sindicato dos Jornalistas do Estado do Pará