Foto: Ascom |
Após seis horas em trabalho de parto, a
gestante Davila dos Santos deu à luz ao pequeno Icaro, o que a tornou
protagonista do parto humanizado, no Hospital Materno-Infantil de Barcarena
Dra. Anna Turan (HMIB), gerido pela Pró-Saúde Associação de Assistência Social
e Hospitalar, localizado no Baixo Tocantins, em Barcarena (PA).
Os obstetras do HMIB, José Lúcio e
Walber Silva, foram apenas os coadjuvantes durante o parto. “Este parto foi o
mais fisiológico possível. A gente só acompanhou e assistiu. A gente só
intervém se acontecer alguma intercorrência, então ela passou por todas as
fases do trabalho de parto. Foi proposto que ela fosse para o leito do Pré
Parto, Parto e Pós Parto – o PPP -, foi acompanhada pela equipe de Enfermagem,
usou a bola, o cavalinho, ela dançou para aliviar a dor”, explicou Lúcio.
Davila foi encaminhada ao HMIB pela
Unidade Básica de Saúde após ser diagnosticada com oligoidrâmnio, que é a perda
de líquido amniótico antes do período normal da gestação. “Ela tinha indicação
de parto normal e, assim, foi feito, apesar da perda de líquido foi muito
tranquilo. Tanto o bebê quanto a mãe estão bem”, afirmou o médico Walber.
“Meu parto foi ótimo! Todo mundo me
ajudou e deu tudo certo, graças a Deus. A equipe do hospital foi muito boa. Meu
filho e eu estamos muito bem”, comemorou a puérpera Davila Santos.
Métodos não farmacológicos
O plano de parto das gestantes atendidas
no ambulatório do HMIB é realizado em conjunto pela equipe Multiprofissional e
a própria grávida. Durante consulta ambulatorial, o Hospital irá oferecer a
visita guiada à estrutura, em que são apresentados os tipos de partos e como
eles podem ser efetivados.
Os métodos não farmacológicos de alívio
da dor estão inclusos à Política Nacional de Práticas Integrativas
Complementares, do Ministério da Saúde.
Essas práticas buscam fornecer o alívio
da dor e, até mesmo, uma melhor condução no trabalho de parto. “Quando a mulher
está com dor, ela chega na maternidade tensa, com medo, principalmente uma mãe
primípara – que é a primeira gravidez. Ela espera que esse parto passe logo. É
uma série de receios que ela tem que, pode potencializar esta dor. Por isso,
oferecemos os métodos não farmacológicos” informa o coordenador de Enfermagem,
Geovanny Magalhães.
Processo
A equipe Multiprofissional - composta
por médicos, enfermeiros, técnicos de Enfermagem, fisioterapeutas e psicólogos
- atua desde o apoio psicológico para que a mulher sinta segurança durante a
sua permanência na Unidade até as práticas de massagem, em que o acompanhante
da grávida pode participar também fazendo a massagem, o uso da bola de pilates
para auxílio na musculatura e saída do feto, como assegura Geovanny. “Essas
práticas implantamos na Unidade, com o objetivo de humanizar cada vez mais o momento.
O parto é da mulher, já não existe mais aquela fala de que a equipe ‘faz o
parto’, a protagonista é ela, a gente assiste e acompanha. Dentro disso o parto
é um evento social, queremos que a pessoa que é importante para essa mulher
participe deste momento para que ela se sinta segura”, conta o coordenador.
Várias são as práticas usadas no
Hospital Materno-Infantil de Barcarena Dra. Anna Turan, entre elas estão as
massagens na região da coluna lombar, banho de aspersão – que é o banho no
chuveiro -, uso da bola de pilates, uso do cavalinho, musicoterapia,
aromaterapia, banho e parto na banheira de hidromassagem. As grávidas poderão
fazer caminhadas, bem como, o parto normal poderá ser feito também de cócoras.
“O Hospital possui enfermeiros e médicos obstetras capacitados para implementar
essas práticas desde que a mãe e o bebê estejam aptos a passarem pelo
processo”, ressalta Geovanny.
De acordo ainda com o coordenador, esses
métodos não farmacológicos são usados para criar a cultura do parto normal que
durante muito tempo foi colocado o parto cesariana como opção e preferência.
Ele também explica que a gravidez de médio e alto risco, público-alvo do
Hospital Materno-Infantil, é evidenciada por algumas patologias que coloca essa
mulher em risco. Entretanto, não significa que esta mulher terá um parto
cesárea. “Por exemplo, em caso de mulheres com hipertensão, fica evidenciado
que elas terão um parto de risco, mas não necessariamente ela vai direto para
uma cesárea porque controlada a pressão dela e ela recebendo a assistência
adequada ela tem condições de ter o parto natural, assim como outras patologias
também”, finaliza.