Ficar em casa por conta da
pandemia é uma necessidade no combate ao COVID-19. Nesse contexto domiciliar, a
acesso fácil à internet, plataformas de streaming e jogos podem se tornar um
vício durante o isolamento. Psicólogos afirmam que o ideal é diversificar ao
máximo as atividades possíveis de se fazer em casa.
O professor do curso de
Psicologia da Faculdade UNINASSAU Belém, Yan Valderlon, explica que o vício
pode estar relacionado ao consumo de alimentos e a práticas específicas, além
da dependência física e/ou emocional. “Para a psicologia, o quesito mais
relevante é saber até que ponto determinado hábito se torna problemático para
uma pessoa. Por exemplo, há pessoas que passam várias horas do dia jogando
videogame. Contudo, na prática, é uma pessoa extremamente produtiva, se
relaciona bem com outras pessoas e, em curto prazo, não tem tantas perdas. Por
outro lado, se essa pessoa diminui sua produtividade, passa a se relacionar mal
com as pessoas ou mesmo deixa de se relacionar, deixa de cuidar da saúde etc.,
nesse caso, podemos classificar como vício”, afirmou.
O professor diz que o
ideal é diversificar o máximo possível as atividades e tentar manter uma rotina
de trabalho, lazer, descanso e cuidados com a saúde. “Nesse sentido, é bom
tentar calcular o tempo e o tipo de atividade que se está fazendo todo dia. Por
exemplo, limitar o tempo de consumo de internet e jogo, implementar atividades
de leitura, escrita, tentar fazer atividades que não seriam possíveis fora da
quarentena”, recomendou.
De acordo com a
Organização Mundial de Saúde (OMS), o vício é caracterizado como uma ação ou
conjunto de ações repetitivas, duradouras e sistemáticas, que ocasiona algum
tipo de prejuízo à pessoa que a executa ou a pessoas próximas. “O vício pode se
estabelecer por vários fatores, mas devemos considerar principalmente a base
biológica do sujeito e sua história de vida, pois suas experiências, as
aprendizagens, os repertórios desenvolvidos ou mesmo falta de repertórios estão
relacionados aos vícios e o contexto social do sujeito. Considerando essas
dimensões, conseguimos entender o motivo pelo qual um vício se inicia e se
mantém e, a partir disso, propor estratégias de enfreamento para cada caso”,
concluiu Yan.