Pesquisa com professores que lecionam em
26 estados e no Distrito Federal, em 118 cidades brasileiras, mostra que 82,4%
deles se sentem extremamente ou muito confiantes com relação ao seu preparo
técnico para o ensino online, enquanto, no início da pandemia do novo
coronavírus, 52,9% se sentiam totalmente despreparados, ou muito pouco
preparados tecnicamente, quando as aulas virtuais se iniciaram em março, como
forma de evitar a disseminação do vírus.
Com relação ao tempo de preparo das
aulas, 96,6% dos professores relataram impacto, o que certamente contribuiu
para o desgaste físico e emocional, enquanto 3,4% disseram que não tiveram
prejuízos. Já com relação à duração de tempo de aula, 76.6% afirmaram que o
tempo de preparação sofreu impacto e 23,1% responderam não ter tido influência
na duração de tempo de aula.
A pesquisa foi realizada pela
International School e contou com o apoio do edc Collab - Educational Development
Centre, plataforma colaborativa co-criada em 2019 por professores de todo o
país.
Aos mais de 300 professores indagados na
pesquisa, 49,5% têm atuação direta na educação infantil, 63,40% no fundamental
e 11,70% no ensino médio. Dados colhidos na pesquisa mostraram o tipo de
dispositivos utilizados pelo professor nas aulas online, sendo 19,7% desktop
com internet, 83,7% laptop com internet, 45,5% celular com internet e 7% tablet
com internet. Cerca de 66.8% disseram não compartilhar esses mesmos dispositivos
com algum membro da família e 33.2% afirmaram o contrário. A pesquisa foi
realizada em agosto deste ano, e contou com 325 participantes.
Saúde mental dos professores
De acordo com a pesquisa, 91,7%
confessaram ter procurado ajuda psicológica durante esse período e 8,3% não
buscaram plataformas de aconselhamento de saúde mental. Quando perguntados o
quão se sentem preparados emocionalmente desde o início da pandemia até os dias
atuais, o cenário é positivo. Entre os
entrevistados, 64,6% relataram que no início das aulas remotas se sentiam
totalmente ou muito inseguros emocionalmente, ao passo que, hoje, a percepção é
outra: 58,5% se sentem muito ou totalmente confiantes, um dado que surpreendeu
positivamente.
“A área da educação foi uma das mais
afetadas nesse contexto, e para os professores, o peso é ainda maior: as
expectativas depositadas foram enormes, pois esperava-se que eles resolvessem
todas as questões educacionais, ajudando alunos a continuar aprendendo como
antes - em um contexto totalmente diferente – e sem terem tido, na maioria dos
casos, a oportunidade de receber formação adequada prévia para iniciar as aulas
remotamente”, comentou a gerente do Educational Development Centre da
International School, Catarina Pontes.
Diante dos obstáculos da profissão, esse
sentimento tem mudado e sido positivo, opina Catarina. “Esses números nos
mostram que, apesar de a situação estar longe de ser ideal, nossos camaleões
estão superando as dificuldades outra vez e, também, ilustram a importância da formação
dos docentes”.
Com relação às escolas oferecerem alguma
formação extra neste período, 46.2% dos respondentes disseram que não receberam
e 53.8% – confirmaram que foi oferecida. Já com relação a se haviam feito algum
outro curso fora do colégio de atuação, 31.1% afirmaram que não buscaram e
68.9% responderam que aderiram a outros estudos de aperfeiçoamento neste
período. Já no quesito desenvolvimento profissional 17,2% não se aprimoraram
durante esse tempo, enquanto 82.8% sentiram necessidade de recorrer a essas
ferramentas.
#Agência Brasil