Obras de reparos, reforma e revitalização do Theatro da Paz serão concluídas em seis meses

 

 Crédito: Ascom / Secult


 Para cuidar do patrimônio histórico, artístico e cultural do Estado, o Governo do Pará, por meio da Secretaria de Estado de Cultura (Secult), iniciou esta semana as obras de reparos, reforma e revitalização de uma das maiores casas de espetáculos do país, o Theatro da Paz. O equipamento símbolo do período áureo do Ciclo da Borracha vinha passando por problemas estruturais decorrentes da ação do tempo e das chuvas constantes na região, após décadas de abandono.

 A Secult contratou, por meio de licitação pública, uma empresa especializada em serviços de restauro para a revitalização da fachada; pinturas internas e pinturas especiais; reforma de forro; reforma e limpeza de pisos; reforma das instalações elétricas; tratamento de esquadrias; revitalização total do Café da Paz. A lista dos serviços incluem ainda a reforma completa dos banheiros e vestiários; e reforma do sistema de proteção contra incêndio.

 "Já faz mais de uma década que não tínhamos nenhum tipo de manutenção ou reparo sendo feito aqui. A gente mora numa região com muita chuva. Começamos as obras no ano passado, de uma forma muito importante, porque havia infiltrações em muitos espaços. E se nós não corrigíssemos logo o foco dessas infiltrações, não adiantava prosseguir com o trabalho. Então, a secretaria começou os reparos pelo telhado, que foi refeito, reestruturado, com trocas de todas as calhas, tudo foi trocado. E estamos sem nenhuma infiltração desde o ano passado", explica o diretor do Theatro da Paz, Daniel Araújo.

 O equipamento cultural tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), em 1963, já passou por algumas reformas e reparos, com destaques para os anos de 1905, entre as décadas de 1960 e 1970, 2000-2002, 2010 e em 2019, quando a Secult iniciou as obras de contenção e reparo no forro do prédio.

 HISTÓRIA

 O Theatro da Paz foi inaugurado em 15 de fevereiro de 1878, portanto, são 142 anos de existência, desde o período áureo do Ciclo da Borracha. O engenheiro militar José Tibúrcio de Magalhães realizou o projeto arquitetônico inspirado no Teatro Scalla de Milão, na Itália. O equipamento foi a primeira casa de espetáculos construída na Amazônia, tem 1.100 lugares, além de uma acústica perfeita.

 A construção secular se destaca ainda pelos lustres de cristal, piso em mosaico de madeiras nobres, afrescos nas paredes e teto, dezenas de obras de arte, gradis e outros elementos decorativos revestidos com folhas de ouro. Atualmente, é o maior teatro da Região Norte e um dos mais luxuosos do Brasil e é considerado um dos Teatros-Monumentos do País.