Estado continua as investigações sobre queda de torres de transmissão em Pacajá

 

No quarto dia das investigações sobre a queda de duas torres de transmissão na sede municipal de Pacajá, no Sudeste do Pará, agentes da Polícia Civil voltaram ao local do acidente, na manhã desta segunda-feira (19), em busca de mais informações que permitam descobrir as causas e os responsáveis pelo desabamento, que deixou sete trabalhadores mortos. 

"Para preservar o local da ocorrência nós isolamos toda a área, pois apesar de parecer um possível acidente de trabalho, nós, da Polícia Civil, não podemos descartar que o acidente tenha ocorrido de forma criminosa. Nossa presença também se faz necessária para constatar que o local continua preservado, sem que tenha ocorrido nenhuma alteração ou invasão na cena", informou o delegado Rafael Costa Buzar, titular da Delegacia de Pacajá.

 A obra estava sendo executada pela empresa Sigdo Koppers Ingeniería y Construcción (SKIC), contratada pela ENGIE, vinculada ao Governo Federal por meio do Ministério de Minas e Energia.

 Ainda nesta segunda-feira, a Polícia Civil continua ouvindo depoimentos de testemunhas e pessoas ligadas à construção das torres. Logo após o acidente, o delegado que comanda as investigações ouviu funcionários que presenciaram a queda das estruturas. Os responsáveis pela empresa também deverão ser intimados a prestar depoimento.

 Peritos criminais do Núcleo de Engenharia Aplicada (NEA), do Centro de Perícias Científicas Renato Chaves (CPCRC), sediado em Belém, foram acionados. Entre as perícias solicitadas está a que envolve constatação de danos, verificando se a estrutura das torres era capaz de sustentar todo o sistema de cabeamento da linha de alta tensão que está sendo construída. "Tudo o que estava no local, causado pelo sinistro, como a fundação, a estrutura dessas torres e o cabeamento que elas estavam sustentando, foram coletados para nossa análise", disse Socorro Raiol, perita criminal responsável pelo levantamento. 

Vítimas - A perícia criminal realizada no dia do acidente constatou que 12 doze pessoas estavam trabalhando nas torres no momento do acidente. Cinco operários morreram na hora e dois foram socorridos, mas não resistiram aos ferimentos. Os peritos também confirmaram que, em análise imediata, a queda poderia ter consequências incalculáveis caso a linha de transmissão estivesse energizada. "A tragédia poderia ser muito maior, pois havia outras dezenas de pessoas no canteiro, trabalhando nas proximidades da base das torres", completou o perito criminal Lennon Valle.

 Todas as análises serão reunidas no laudo definitivo sobre as causas do desabamento, ajudando a concluir o inquérito policial instaurado, sobretudo em relação aos possíveis culpados pelo acidente. "Quando todas as análises forem concluídas vamos produzir esse laudo, que vai apontar o que levou ao desabamento", reforçou Socorro Raiol.