Crédito: Márcia Segtowich / Divulgação |
Um monólito de arenito, com cerca de 6 metros de altura, foi redescoberto por funcionários do Parque Estadual Monte Alegre (Pema), no Oeste do Pará, no último dia 6 de julho. A estrutura geológica não era vista há mais de 100 anos, tendo sido fotografada pela primeira vez durante a expedição coordenada pelo explorador e geógrafo francês Henri Coudreau ao rio Maicuru, em Monte Alegre.
Nunca a imagem do monólito havia sido
publicada no Brasil até 2015, ano em que Monte Alegre sediou a
"Expedição Maicuru - Canoagem e Trekking no Coração da
Amazônia", de 23 a 26 de julho. O canoísta Pedro Sousa, coordenador do
evento, foi à biblioteca do Museu Paraense Emílio Goeldi, em Belém, em busca
de informações sobre o rio Maicuru. Ele encontrou o livro de Octavie
Coudreau, "Voyage au Maycurú", onde viu a pedra, 112 anos após a
publicação da obra. Pedro publicou a imagem em sua rede social.
"Ficamos sabendo dessa pedra no final do ano passado, por um condutor que postou essa foto em um grupo da Associação de Condutores, e o doutor Nelsi Sadeck disse que sempre teve vontade de encontrar, iniciando uma busca. Só que, infelizmente, seu Sadeki não resistiu à pandemia e veio a óbito por Covid. Desde então, foi questão de honra achar a pedra. Na última terça-feira, encontramos no Parque, entre a Pedra do Mirante e a Itatupaóca, uma caverna que é atração do Pema", informa o condutor do Parque Estadual Monte Alegre, Ilivaldo Castro.
"Todas as medidas de segurança
contra a Covid-19 foram tomadas. Fizemos o evento com diversos parceiros, entre
eles o Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon). E contamos com
a participação de todos os amantes da natureza e da nossa história
arqueológica", conta o gerente.
Unidade de Conservação integral criada por lei estadual, o Parque Estadual Monte Alegre abriga sítios arqueológicos com arte rupestre. As pinturas e gravuras encontradas nas rochas são a comprovação da presença humana há pelo menos 11 mil anos. Os sítios mais conhecidos estão na Serra do Ererê e na Serra do Paytuna, a cerca de 40 quilômetros do centro da sede municipal.