Diversos estudos apontam que o aleitamento materno está relacionado ao menor risco de a mãe desenvolver câncer. A prevenção do câncer de mama é o principal benefício. De acordo com a Sociedade Brasileira de Mastologia, a cada ano de amamentação, o risco de a mãe desenvolver câncer de mama diminui de 3 a 4%. Isso ocorre porque o aleitamento materno promove uma substituição de tecido glandular por gordura nas mamas, o que garante uma proteção natural e diminui as chances de a mãe ser acometida pelo câncer de mama.
A estimativa é de que, anualmente, a
amamentação poderia evitar 20 mil mortes de mulheres por câncer de mama e 823
mil mortes anuais em crianças menores de 5 anos no mundo, segundo estudos
publicados na revista científica The Lancet. O aleitamento também ajuda a
prevenir o câncer de útero e de ovário.
A quantidade de filhos e o aleitamento materno são fatores que têm relação direta com a incidência do câncer de mama nas mulheres. “Essa proteção está relacionada aos hormônios. No período de gestação e amamentação a mulher produz menos hormônios relacionados ao desenvolvimento do câncer de mama. Não deixa de ser uma proteção, mas deve estar sempre associada a hábitos de vida saudável, como não fumar, ter uma boa alimentação, praticar atividades físicas, manter-se com peso adequado e evitar o consumo de bebidas alcoólicas”, destaca o mastologista Fábio Botelho, do Centro de Tratamento Oncológico.
A maior ênfase é para os cuidados com a própria saúde. “É do conhecimento de todos que a grande arma para redução da mortalidade reside no diagnóstico precoce, daí a necessidade de as mulheres se submeterem a exames de mamografia, anualmente, a partir dos quarenta anos".
Agosto Dourado - No Brasil, o incentivo à amamentação é Lei. Em 2017, o Congresso Nacional Brasileiro instituiu, por meio da lei número 13.435, o Mês do Aleitamento Materno: o Agosto Dourado, dedicado a informar e debater sobre a importância de amamentar os bebês. O dourado faz alusão à definição da OMS para o leite materno: alimento de ouro.
Em todo o mundo, campanhas a favor do aleitamento materno são realizadas pela World Alliance for Breastfeeding Action (Aliança Mundial para Ação em Aleitamento Materno), presente em 150 países, com o propósito de promover, proteger e apoiar o aleitamento materno – fundamental para a saúde dos bebês e das mães.
INCA - O câncer de mama é o tipo de câncer mais comum entre as mulheres, no Brasil e no mundo, depois do de pele não melanoma. Corresponde a cerca de 22% dos casos novos de câncer diagnosticados a cada ano. A estimativa do Inca é de 66.280 casos novos de câncer de mama, para cada ano do triênio 2020-2022.
As taxas de mortalidade por câncer de mama continuam elevadas no Brasil porque a doença ainda é diagnosticada em estágios avançados.
Fatores de risco para o câncer de mama
O câncer é uma doença que resulta da interação entre fatores ambientais e genéticos do individuo. Entretanto, uma parcela pequena dos tumores malignos são considerados hereditários (até 10%). A maioria está relacionada a exposição a fatores ambientais (tabagismo, hábitos alimentares, infecções, exposição solar, etc).
Mulheres entre 40 e 69 anos são as principais vítimas de câncer de mama. Isso porque a exposição ao hormônio estrógeno está no auge.
Outros fatores de risco são menstruação precoce, menopausa tardia e reposição hormonal, que provocam alterações hormonais, colesterol alto e obesidade.
O consumo de álcool e o fumo também podem causar câncer de mama.