![]() |
Crédito: Pedro Guerreiro / Ag. Pará |
Em conformidade com as atuais diretrizes estabelecidas pela Organização Mundial de Saúde (OMS), especialistas da Fundação Santa Casa de Misericórdia do Pará (FSCMP) reforçam que mulheres que estão amamentando podem receber com segurança as vacinas disponíveis no Brasil contra a Covid-19.
De acordo com a gerente geral de neonatologia da Santa Casa, a pediatra neonatologista Salma Saráty, mestra e doutora em Ciências Aplicadas à Pediatria, a amamentação de jeito nenhum deve ser interrompida quando a mãe for vacinada contra a Covid-19, até porque a amamentação transfere anticorpos para a criança.
"A vacinação contra a Covid-19 no Brasil para mulheres que amamentam está liberada. Não existe nenhum trabalho que mostre que a vacinação possa ter ação negativa sobre o recém-nascido. Pelo contrário: em toda vacinação, a soroconversão na mãe se transforma em defesa, em anticorpos que passam para o bebê pelo leite materno. Essa lógica funciona para todas as vacinas e é provável, já há teorias e pesquisas mostrando que a defesa induzida pela vacina contra o coronavírus pode passar para o recém-nascido pelo leite materno", explica.
Entretanto, não se aconselha a chamada
"intercambialidade", quando se toma a primeira dose de uma marca e a
segunda, de outra. "A intercambialidade ainda não está autorizada. Ela
ainda é motivo de estudos", anunciou o ministro da Saúde, Marcelo
Queiroga, em 8 de julho, durante a divulgação do atualização do Plano Nacional
de Imunização (PNI). A exceção é para puérperas que já receberam a primeira
dose de Astrazeneca. Nesses casos, recomenda-se mudar para Pfizer na segunda
dose.
Pesquisas universais mais recentes
situam que a imunização não apresenta riscos evidentes ao leite materno, no
sentido de efeitos colaterais para recém-nascidos ou crianças mais velhas,
independentemente de as mães manifestarem as reações imediatas possíveis e sem
gravidade, como moleza e febre.
Na prática, significa que lactantes não
devem deixar de se vacinar e nem interromper a amamentação ou doação de leite
por conta da vacina.
Moradora do bairro do Barreiro, em Belém, a técnica de radiologia Gleiziane Ferreira, 28, que amamenta a única filha, Aylla Rebecka, de sete meses, recebeu a primeira dose há duas semanas - com total tranquilidade, segundo ela.
"Eu me informei bastante, consultei
várias fontes, jornais e tudo. A pediatra, ainda, orientou pra eu não deixar de
tomar. Pra mim, foi uma alegria. Me senti protegida e protegendo a minha
bebê", refere.