Recentemente, um popular apresentador de
televisão descobriu o câncer de bexiga, uma das neoplasias malignas mais comum
do trato urinário a partir dos 50 anos. Apesar de também acometer mulheres, é
mais frequente em homens, sobretudo os brancos e de idade avançada, que têm
aproximadamente duas vezes mais risco de desenvolverem o problema que negros.
Conforme os dados publicados pelo Instituto Nacional do Câncer (Inca), a
estimativa de novos casos no Brasil para 2022 é de 7.590 casos no sexo
masculino e de 3.050 no sexo feminino.
O Hospital Ophir Loyola, referência em
oncologia no estado do Pará, atende atualmente 112 pacientes. Em 2021 foram
realizadas 42 internações e 11 cirurgias. Os principais fatores de risco são o
tabagismo e a exposição aos compostos químicos no ambiente de trabalho, como em
fábricas de couro, de plástico, tinturas e corantes. Existem também as ações
irritantes crônicas, uma vez que a utilização de sonda vesical de demora,
localizada na bexiga, pode gerar algum tipo de tumor.
Segundo o chefe da urologia do HOL,
Ricardo Tuma, o tumor na bexiga é mais comum em homens devido à exposição
ocupacional. "Isso provavelmente ocorre porque indivíduos do sexo
masculino estão ou estiveram mais expostos aos fatores de risco, como o próprio
tabagismo. Mais de 90% dos pacientes com câncer de bexiga fumam ou já
fumaram" , afirma o urologista.
A doença tem alta possibilidade de cura,
desde que a detecção seja precoce para facilitar uma maior chance de
tratamento. A constatação pode ser realizada através de exames clínicos,
laboratoriais ou radiológicos, de pessoas com sinais e sintomas sugestivos da
doença, ou com o uso de exames periódicos naqueles sem sinais sem sinais ou
sintomas.
"Alguns pacientes são
assintomáticos. Muitas pessoas já foram diagnosticadas ocasionalmente,
realizaram o exame de ultrassom de rotina e detectaram o tumor no local, por
isso,.aimportância de exames periódicos para que se tenha conhecimento da
doença", afirmou Ricardo Tuma. Além disso, quando há sintomas, eles são
irritativos, com a presença de sangue e dor durante o ato de urinar,
necessidade frequente de urinar, mas sem conseguir.
"Uma vez suspeitado, o paciente
deverá ser submetido a um procedimento chamado cistoscopia, que é uma
endoscopia das vias urinárias. Na maioria das vezes, durante o procedimento,
poderá se realizar a ressecção do tumor, que vai para análise. Com isso
saberemos se é ou não maligno e o estadiamento local, ou seja, até qual camada
da bexiga o câncer acomete", afirma o urologista.
Existem várias opções de tratamento para
o câncer de bexiga, como cirurgia, quimioterapia e radioterapia. Em muitos
casos, o paciente realiza um desses tratamentos ou uma combinação deles podem
ser utilizados, vai depender do grau de evolução da doença.