Formar-se
médico no Brasil é o sonho de muitos estudantes, porém diante dos custos
elevados e da alta concorrência nas universidades do país mais brasileiros
estão cruzando a fronteira em busca do diploma: dados do Ministério da Educação
(MEC) apontam que o último Revalida – exame obrigatório para que formados no
exterior tenham seus diplomas reconhecidos e possam exercer a Medicina no
Brasil – obteve recorde de inscritos: somente em 2015, este número chegou a
cerca de 4 mil – quase o dobro do ano anterior. Boa parte deles, 2.349
inscritos, eram brasileiros buscando a revalidação do diploma obtido em
faculdades no exterior.
A
possibilidade de tornar-se médico através de um curso de boa qualidade e com
custos acessíveis é o que tem motivado mais estudantes a encararem um percurso
mais longo até o diploma. Não somente pela distância geográfica: desafios ainda
maiores devem ser encarados por aqueles que buscam a formação no exterior – se
não foram contempladas, as diferenças regulamentares dos cursos em relação ao
Brasil podem colocar em cheque a possibilidade do profissional revalidar seu
diploma ao retornar para o país.
De
olho nessa lacuna, um projeto voltado especialmente para brasileiros busca
facilitar o caminho até o diploma e ainda melhorar as chances de obtenção do
Revalida – a parceira educacional entre o Instituto Sul-Americano de Pesquisa e
Desenvolvimento (ISPED) e a Universidad de Morón da Argentina (UM) oferece um
programa adaptado ao estudante brasileiro que contempla desde sua ambientação
ao país vizinho, o ingresso na universidade e uma grade curricular adequada aos
moldes das Instituições brasileiras. O objetivo do programa é criar uma ponte
de formação médica que possibilite a pronta inserção do profissional em sua
área após seu retorno ao Brasil.
Diferenças
regulamentares
Para
o especialista, talvez o principal diferencial da parceria é que, com a criação
do Exame Nacional de Revalidação de Diplomas (Revalida) instituído pelo
Ministério da Educação (MEC) em parceria com o Ministério da Saúde, também em
2009, surgiu também a necessidade da adaptação do curso para atender as normas
da legislação brasileira e possibilitar que esses alunos estivessem aptos a se
candidatar ao exame ao retornar para o Brasil. “Ainda que, em geral, as
disciplinas médicas sejam similares em qualquer lugar do mundo, as regras para
que um profissional seja reconhecido como médico no Brasil são mais rigorosas
quanto ao conteúdo programático do curso frequentado”
Galhardo
alega que, ao contrário do que muitos estudantes possam pensar, essa
preocupação deve anteceder a formação e ser uma das primeiras questões
observadas por aqueles que buscam a formação no exterior “Além do projeto já se
enquadrar na premissa do Ministério da Educação brasileiro de que somente
diplomas emitidos por universidades regulamentadas e autorizadas pelo órgãos
competentes de seus respectivos países sejam aptos a participar do Revalida, o
principal diferencial do ISPED é que adequamos o curso para a realidade da
prática médica no Brasil, incluindo no histórico do curso matérias que são
específicas em nosso país e que os alunos não teriam no exterior. Isto, por sua
vez, pode gerar uma grande vantagem no momento da prova, pois sua preparação deu-se
ao longo dos 6 anos do curso. Temos visto que essas matérias são em boa parte
cobradas no Revalida e que são vistas como complexas aos formados no exterior,
justamente por não terem obtido tais conhecimentos nas instituições
estrangeiras.”
Fonte:
Instituto Sul-Americano de Pesquisa e Desenvolvimento – ISPED