Evento da UFPA reúne psicólogos escolares do Pará

Brinquedoteca - Foto: Alexandre Moraes

Consumo de drogas, alcoolismo, problemas familiares, sexualidade, bullying. São várias as situações que afetam o comportamento de crianças e adolescentes e podem influenciar no desempenho escolar dos alunos, mesmo quando ocorrem fora da escola. Para congregar os profissionais dessa área, a Universidade Federal do Pará (UFPA) organiza o I Fórum Paraense de Psicologia Escolar e Educacional. O evento será realizado no dia 14 de outubro, mas as inscrições para participantes já estão abertas.

A coordenadora do Fórum, Aline Menezes, pesquisadora da Faculdade de Psicologia, explica que são os psicólogos escolares os profissionais aptos para lidar com as questões emocionais e comportamentais no ambiente escolar. “Eles se voltam para o componente relacional na aprendizagem, para os conflitos e situações que afetam psicologicamente os estudantes enquanto eles aprendem. São eles que ajudam a escola a identificar e a lidar com este tipo de demandas, entre outras coisas”, detalha.

Pesquisa localizou poucos profissionais nas escolas paraenses - O grupo de pesquisa  Laboratório de Gestão do Comportamento Organizacional (GESTCOM) da UFPA tem trabalhado para mapear o trabalho destes profissionais no Estado. “Ainda estamos mapeando esses profissionais para saber onde estão e como eles trabalham e o nosso desafio é localizá-los, escola por escola. Mas o que sabemos até o momento, é que eles ainda são poucos no ambiente escolar”, conta Aline Menezes.

Os primeiros números das pesquisas do Gestcom/UFPA apontam que, em Belém, das 38 escolas da rede particular sindicalizadas em 2015, 19 possuíam psicólogos em seu quadro permanente. Já na rede pública, das vinte unidades de educação da Secretaria de Estado de Educação (Seduc), sete possuem este profissional, sendo que cada unidade reúne entre 15 a 20 escolas.

Há ainda psicólogos que atuam especificamente em uma escola, mas a universidade ainda aguarda uma resposta oficial da Seduc com a indicação destes números. Também não há informações oficiais sobre os psicólogos escolares na rede municipal de ensino, apenas daqueles vinculados ao Centro de Referência em Inclusão Escolar, embora alguns já tenham contatado o grupo, inclusive profissionais que trabalham sozinhos em municípios do interior do Estado.

Escola de aplicação - Fotos Mari Chiba
Psicólogos ajudam a lidar com bullying – E a ausência deles pode trazer consequências negativas para as escolas. “Sem os psicólogos da educação a escola permanece sem um profissional apto a lidar com uma série de questões que vão desde bullying a conflitos particulares do desenvolvimento infantil e adolescente como sexualidade, por exemplo”, enumera.

Aline Menezes também aponta o impacto para os demais profissionais da escola. “Essa ausência também tende a sobrecarregar o corpo técnico, especialmente pedagogos que se veem tendo que atuar como psicólogos, assistentes sociais e pedagogos e, por mais qualificado que seja, é difícil conciliar tantas funções quando já há demandas, por exemplo, ligadas às avaliações do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) e Exame Nacional do Ensino Médio (Enem)”, considera a pesquisadora da UFPA.

Um projeto de lei que aguarda votação no Congresso Nacional desde 2013 pede que a presença dos psicólogos escolares seja obrigatória. Mas vários estados e municípios estabeleceram leis locais para garantir os atendimentos. “No Distrito Federal, por exemplo, há um psicólogo para cada 1.500 alunos. Mas no Pará, ainda estamos caminhando neste sentido e o primeiro passo é congregar essas pessoas e uni-las pode trazer inúmeros benefícios”, considera a organizadora do evento.

Projetos bem-sucedidos serão apresentados - Iniciativas bem sucedidas desenvolvidas por profissionais atuantes na rede pública e privada, em vários níveis, podem ajudar para que os projetos sejam aplicados em novas escolas. Alguns relatos de projetos em funcionamento no Pará estão reunidos na Mesa redonda “Desenvolvimento de Programas no Contexto Escolar”, realizada durante a programação do Fórum.

“O que notamos é que em uma escola pode existir um projeto bem sucedido na questão de combate ao tabagismo, mas ainda estão caminhando para criar programas para lidar com problemas familiares. Num segundo local, há iniciativas para atender os alunos e seus familiares, mas não uma ação voltada ao tabagismo. Essas trocas de informações são um primeiro passo para melhorarmos as ações onde elas já acontecem e ampliarmos os atendimentos”, explica Aline Menezes.

•          Serviço:
Inscrições para o I Fórum Paraense de Psicologia Escolar e Educacional
Os profissionais podem se inscrever pelo site: bit.ly/forumpsiescolar e os estudantes que estejam estagiando na área de psicologia escolar devem se inscrever pelo endereço: bit.ly/forum-estagiarios.
Prazo: Até a data do evento e/ou o término das vagas.
Mais informações: bit.ly/ForumParaensePEE
Contato: forumparaensepsiescolar@gmail.com