Para marcar o transcurso do Dia
Mundial de Luta contra a Hanseníase, que ocorre sempre no último domingo de
janeiro, uma programação especial será promovida nas Unidades Municipais de Saúde
(UMS) e Unidades de Saúde da Família (USF) de Belém nos dias 30 a 31 de janeiro
e 1 a 3 de fevereiro, com o objetivo de alertar a população para o diagnóstico
e tratamento da hanseníase.
Serão realizadas ações educativas
em sala de espera e nas consultas, intensificação da avaliação dos contatos dos
usuários em tratamento e reforço de orientações acerca da doença.
Atualmente, o município tem uma
taxa de mais de 80% de cura da doença e uma taxa de abandono de 5% do
tratamento, segundo levantamento realizado pela Referência Técnica de
Tuberculose e Hanseníase (RTTBMH), da Secretaria Municipal de Saúde (Sesma). A
taxa de abandono é considerada muito boa, tendo em vista que o índice
registrado pelo Ministério da Saúde é de até 10%.
O Programa de Controle da
Hanseníase (que envolve ações preventivas, diagnóstico e tratamento) está
implantado em 24 UMSs e 54 Estratégias Saúde da Família (ESF) em Belém. A
hanseníase é uma doença de baixa taxa de mortalidade, mesmo quando o
diagnóstico é tardio, contudo pode ocasionar sequelas graves e irreversíveis.
Brasil tem cerca de 30 mil
casos/ano e é o 2º país no mundo em números de pacientes
Considerada a doença mais antiga
da humanidade, a Hanseníase tem cura, mas ainda é um grave problema de saúde
pública no Brasil, com 30 mil novos casos diagnosticados por ano. Cerca de 6℅
dos casos de Hanseníase acometem crianças e adolescentes, cerca de 2 mil
pacientes. Desses, 7℅ (140, em média) são diagnosticadas com alguma sequela
relacionada à doença.
O país está entre os piores no
ranking mundial da doença, atrás apenas da Índia. A Hanseníase é uma doença
infecciosa, contagiosa, causada pelo bacilo Mycobacterium leprae, ou bacilo de
hansen. Sua evolução depende de características do sistema imunológico da
pessoa infectada e apresenta múltiplas manifestações clínicas, exteriorizadas,
principalmente, por lesões dos nervos periféricos e cutâneas com alteração de
sensibilidade.
Para aumentar a visibilidade
nacional para a doença e de seus pacientes, foi instituído por meio da Lei
Federal 12.135 de 2009, o Dia Nacional de Combate e Prevenção da Hanseníase. A
data é celebrada sempre no último domingo de janeiro e reforça o compromisso em
controlar a doença, promover o diagnóstico e o tratamento corretos, difundir
informações e desfazer o preconceito. Durante todo o mês de janeiro são
promovidas ações educativas para a população por meio do “Janeiro Roxo”.
A Hanseníase pode provocar graves
incapacidades físicas se o diagnóstico demorar ou se o tratamento for
inadequado. Os primeiros sinais da hanseníase são manchas claras, róseas ou
avermelhadas no corpo, que ficam dormentes e sem sensibilidade ao calor, frio
ou toque. Podem aparecer placas, caroços e/ou inchaços. Quando afeta os nervos,
pode causar formigamento, sensação de choque, dormência e queimaduras nas mãos
e pés por falta de sensibilidade, além de falta de força e problemas nos olhos.
Segundo o Coordenador do
Departamento de Hanseníase da Sociedade Brasileira de Dermatologia, Dr. Egon
Daxbacher, a transmissão do M. leprae se dá através de contato próximoe
contínuo com o paciente não tratado. “Apesar de ser uma doença da pele, é
transmitida através de gotículas que saem do nariz, ou através da saliva do
paciente. Afeta primordialmente a pele, mas pode afetar também os olhos, os
nervos periféricos e, eventualmente, outros órgãos. Ao penetrar no organismo, a
bactéria inicia uma luta com o sistema imunológico do paciente. O períodoem que
a bactéria fica escondida ou adormecida no organismo é prolongado, e pode
variar de dois a sete anos”, explica o médico.
O diagnóstico da Hanseníase é
feito pelo dermatologista, e envolve a avaliação clínica do paciente, com
aplicação de testes de sensibilidade, palpação de nervos, avaliação da força
motora etc. Se o dermatologista desconfiar de alguma mancha ou caroço no corpo
do paciente, poderá fazer uma biópsia da área ou pedir um exame laboratorial
para medir a quantidade de bacilos. Uma dica importante é convencer os
familiares e pessoas próximas a um doente a procurarem uma Unidade Básica de
Saúde para avaliação, quando for diagnosticado um caso de Hanseníase na
família. Dessa forma, a doença não será transmitida nem pela família nem pelos
parentes próximos e amigos.
Ao suspeitar dos sintomas,
procure um dermatologista da Sociedade Brasileira de Dermatologia.
O tratamento é gratuito e
disponibilizado em todo o território nacional.