A Secretaria de Estado de Saúde
(Sespa) informa que não foram registrados casos de febre amarela no Estado
desde 2015 e descarta qualquer situação alarmante, como vem ocorrendo em Minas
Gerais. Logo, não há mortes a serem apuradas e tampouco pessoas internadas com
sintomas da doença no Estado. Somente no ano passado, 71.195 pessoas foram
vacinadas no Pará contra a doença. Em 2015, o quantitativo foi de 80.230
imunizados, o que equivale uma cobertura vacinal considerada excelente.
Segundo levantamento técnico do
Grupo de Trabalho de Zoonoses, da Diretoria de Vigilância em Saúde da Sespa,
entre 2010 e 2016 foram confirmados somente cinco casos de febre amarela no
Pará, sendo que só três evoluíram para óbito. Nenhum dos cinco pacientes, todos
homens e com 18 anos em média, estava com o calendário de vacina em dia. Os
registros foram nos municípios de Breves e Tailândia, ambos com óbito em 2010;
Acará em 2013; Monte Alegre em 2014; Afuá em 2015 e em Gurupá em 2015, sem
óbito.
A título de recomendação, a Sespa
orienta o mesmo que o Ministério da Saúde vem estimulando em todos os Estados:
toda pessoa que mora ou vai viajar para regiões silvestres, rurais ou de mata,
que são áreas com recomendação da vacina contra febre amarela, deve se
imunizar. Isso ocorre porque a transmissão da febre amarela é tida como
possível na maioria das regiões rurais do Brasil entre dezembro e maio.
A vacina contra febre amarela é
ofertada no Calendário Nacional do Sistema Único de Saúde (SUS) e, no Pará,
pode ser encontrada em qualquer Unidade Básica de Saúde (UBS). As doses podem
ser aplicadas a partir dos nove meses de idade, em residentes e viajantes a
áreas endêmicas ou, a partir de seis meses de idade, em situações de surto da
doença.
A Organização Mundial da Saúde
(OMS) considera que apenas uma dose da vacina já é suficiente para a proteção
por toda a vida. No entanto, devido ao atual cenário em Minas Gerais, o
Ministério da Saúde definiu a manutenção de duas doses da vacina no calendário
oficial, sendo uma dose aos noves meses de idade com reforço aos quatro anos.
Para pessoas de 2 a 59 anos, a recomendação é de duas doses.
As vacinas não são recomendadas
para grávidas, crianças com menos de seis meses, alérgicos a ovos e pessoas que
vivem em áreas sem registro do vírus. Nos casos de pessoas com mais de 60 anos
e pacientes com imunodeficiência, a administração da vacina deve ser
condicionada à avaliação médica.
Sintomas – Os efeitos da febre
amarela sobre o corpo incluem febre, calafrios, dor de cabeça, dores nas
costas, dores no corpo em geral, náuseas e vômitos, fadiga e fraqueza. Em casos
graves, a pessoa pode desenvolver febre alta, icterícia (coloração amarelada da
pele e do branco dos olhos), hemorragia e, eventualmente, choque e
insuficiência de múltiplos órgãos.
Segundo informações da Secretaria
de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, o vírus da febre amarela se
mantém naturalmente num ciclo silvestre de transmissão, que envolve primatas
não humanos (hospedeiros animais) e mosquitos silvestres. Há 17 anos, os órgãos
de saúde pública realizam a vigilância de epizootias (doenças que atacam
animais) desde 1999, com o objetivo de antecipar a ocorrência da doença por
meio da vacinação das pessoas como forma de evitar urbanização da doença.
“É importante ressaltar que a
vigilância estadual está em alerta, monitorando e orientando os municípios para
a prevenção da febre amarela. A população não precisa ficar alarmada, pois o
Estado tem trabalhado maciçamente para conter a doença no Pará”, concluiu o
diretor do Departamento de Controle de Endemias da Sespa, Bernardo Cardoso.
(Com informações do Ministério da Saúde)