Dados do novo informe
epidemiológico de 2017, divulgados pela Secretaria de Estado de Saúde Pública
(Sespa), por meio da Coordenação Estadual de Vigilância em Saúde, apontam que houve
uma redução de 73% na quantidade de casos de dengue no Estado em relação ao
mesmo período de 2016, que registrou 796 confirmações. O segundo informe do ano
apresenta 212 casos da doença transmitida pelo mosquito Aedes aegypti.
Por outro lado, o número de casos
de febre chikungunya subiu em relação ao primeiro informe, divulgado no final
do mês de janeiro. De lá pra cá o número de doentes aumentou de dois para 64
casos. O informe também mostra que foram contabilizados quatro casos de zika
vírus. A febre amarela continua sem nenhum caso registrado.
O município de Xinguara registrou
dois casos seguidos de morte por febre chikungunya já confirmados por critério
laboratorial. A título de colaboração, a Sespa, por meio de retaguarda técnica
das equipes de Vigilância em Saúde e do 12º Centro Regional da Saúde (12º CRS),
tem apoiado as secretarias municipais de Xinguara na força-tarefa instalada no
município a fim de controlar os focos de Aedes aegypti.
Outra medida da Sespa é a Sala de
Situação, que tem articulado parcerias com o Exército Brasileiro nas ações de
combate ao mosquito. Os soldados já estão em campo nos municípios de Tucuruí,
Marituba, Ananindeua, Belém, Marabá, Sapucaia, Rio Maria, além do reforço ao
município de Xinguara ainda nesta semana. Todos foram treinados e capacitados
para lidar com diversas situações junto à educação da população.
O informe técnico detalha os 10
municípios que tiveram casos confirmados de dengue: Anapu (89), Marabá (26),
Tucumã (25), Ourilândia do Norte (21), Rio Maria (21), Marituba (10), Alenquer
(04), Bannach (04), Pacajá (04) e Belém (03). Por outro lado, os dez municípios
com mais registros confirmados de febre chikungunya foram Curionópolis (14),
Rio Maria (13), Anapu (08), Eldorado dos Carajás (07), Xinguara (05), Belém
(04), Marabá e Novo Repartimento, com três cada; e Canaã dos Carajás e Tucumã,
com dois cada. Casos confirmados de zika vírus foram registrados em Rio Maria
(03) e em Ananindeua (01).
O texto também confirma que, em
todo o Estado, não houve registro de mortes por dengue e Zika este ano e nem em
2016, mas a Sespa orienta que as Secretarias Municipais de Saúde informem num
período de 24 horas a ocorrência de casos graves e mortes suspeitas.
Para a confirmação de óbitos é
necessária a investigação epidemiológica com aplicação do Protocolo de
Investigação de Óbito do Ministério da Saúde, que prevê exames específicos em
laboratórios credenciados do Estado, como o Laboratório Central (Lacen) e
Instituto Evandro Chagas (IEC) – que são preconizados pelo Programa Nacional de
Controle da Dengue – para o correto encerramento de casos graves e óbitos no
Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan).
A execução de ações contra as
doenças transmitidas pelo mosquito é de competência dos municípios, que devem
cumprir metas, entre as quais se recomenda a estabilidade de agentes de
controle de endemias capacitados para fazer visitas domiciliares.
Paralelamente, a Sespa faz o monitoramento dos 144 municípios que receberam o
incentivo do Ministério da Saúde para vigilância, prevenção e controle da
dengue, e distribui às prefeituras inseticidas (larvicidas e adulticidas) para
o controle. Equipes da secretaria estadual também fazem visitas técnicas aos
municípios para assessoramento das ações do programa da dengue, além de apoiar
capacitação sobre as doenças causadas pelo Aedes aegypti.
Quando há necessidade, a Sespa
também faz o controle vetorial, como bloqueio de transmissão viral nas
localidades, e articula ações com órgãos municipais de saneamento e limpeza
urbana, tendo em vista a melhoria da coleta e destinação adequada de resíduos
sólidos. Também fazem parte das ações atividades de educação e mobilização,
visando a participação da população no controle da dengue.
Os vírus da dengue, chikungunya e
zika provocam sintomas parecidos, como febre e dores musculares. Mas as doenças
têm gravidades diferentes e de notificação obrigatória por parte das equipes de
Vigilância Epidemiológica das Secretarias Municipais de Saúde. No caso da febre
amarela, os pacientes normalmente não apresentam sintomas e, quando apresentam,
os mais comuns são febre, dores musculares em todo o corpo, dor de cabeça,
perda de apetite, vômitos, faces e línguas avermelhadas, além de fotofobia e
fraqueza.
Segundo o informe epidemiológico
emitido pelo Programa de Controle de Endemias da Sespa, não existe tratamento
específico para dengue, chikungunya e zika vírus. O tratamento é sintomático e
baseia-se em hidratação adequada, levando em consideração o estadiamento da
doença, segundo os sinais e sintomas apresentados pelo paciente, para decidir
condutas, bem como o reconhecimento precoce dos sinais de alarme. É importante
que os profissionais de saúde, sobretudo os médicos, reconheçam precocemente os
sinais de hemorragia para a correção rápida com infusão de fluídos, bem como a
lista de medicamentos contraindicada em casos de suspeitos de dengue.
Febre Amarela
No caso da febre amarela, o
tratamento também é sintomático, com cuidadosa assistência ao paciente, que
deve permanecer em repouso, com reposição de líquidos e das perdas sanguíneas,
quando indicado. Nas formas graves, o paciente deve ser atendido em Unidade de
Terapia Intensiva, com vista a reduzir as complicações e o risco de morte. O
médico deve estar em alerta para quaisquer indicações de um agravamento do
quadro clínico.
No Pará, a Sespa descarta
qualquer situação alarmante, como vem ocorrendo em Minas Gerais (MG). Logo, não
há mortes a serem apuradas e tampouco pessoas internadas com sintomas da
doença. Só no ano passado, 71.195 pessoas foram vacinadas no Pará contra a
doença. Em 2015, o quantitativo foi de 80.230 imunizados. Dos 144 municípios
paraenses, 129 estão indicados pelo Ministério da Saúde (MS) para vacinação
contra a febre amarela.
Segundo levantamento técnico do
Grupo de Trabalho de Zoonoses, da Diretoria de Vigilância em Saúde da Sespa,
entre 2010 e 2015 foram confirmados cinco casos de febre amarela no Pará, sendo
que três evoluíram para óbito e nenhum dos cinco pacientes, todos homens e com
média de 18 anos, estava com o calendário de vacina em dia. Os registros foram
dos municípios de Breves e Tailândia, ambos com óbito ocorrido em 2010; Acará
em 2013, Monte Alegre em 2014, Afuá em 2015 e Gurupá, no ano passado, também
com evolução para morte.
A título de recomendação, a Sespa
orienta o mesmo que o Ministério da Saúde (MS) a todos os estados: que toda
pessoa que reside ou vai viajar para regiões silvestres, rurais ou de mata, que
são áreas com recomendação da vacina contra febre amarela, deve se imunizar.
Isso ocorre porque a transmissão da febre amarela é tida como possível na
maioria das regiões do Brasil entre os meses de dezembro e maio.
Sendo assim, a vacina contra a
febre amarela é ofertada no Calendário Nacional do Sistema Único de Saúde (SUS)
e, no Pará, pode ser encontrada em qualquer Unidade Básica de Saúde (UBS), que
é mantida pelas prefeituras. As doses podem ser aplicadas a partir dos nove
meses de idade, em residentes e pessoas que viajarem para áreas consideradas endêmicas
ou, a partir de seis meses de idade, em situações de surto da doença.
(Com informações do Ministério da
Saúde)