Belém pode ter Táxi-Lotação




O deputado Márcio Miranda (DEM), presidente da Assembleia Legislativa do Estado do Pará, e o deputado Jacques Neves receberam na Sala Vip da Alepa, nesta quarta-feira (05/04), após a sessão legislativa, uma comissão de taxistas de municípios da região nordeste paraense. A reunião é mais uma etapa no debate sobre a regulamentação do serviço de táxi-lotação no Pará.

O“Táxi Lotação” - como é chamado o transporte intermunicipal feito por táxis - pretende transportar até seis passageiros entre dois ou mais municípios. O projeto, que tem como objetivo regulamentar este tipo de transporte, deve substituir a lei aprovada em maio de 2014. “Em 2014, já houve a promulgação da lei que criou o serviço do táxi lotação, mas essa legislação está sendo questionada no STF porque há um entendimento do procurador geral da república de que essa lei seria inconstitucional, porque alguns termos que constam na lei seriam de competência exclusiva da união”, explica Bruno Guedes, diretor geral da Arcon. “Então, essa lei que estamos discutindo agora será para revogar a lei anterior. E para que não ocorram novos vícios, essas reuniões são necessárias, para que não haja nenhuma duvida quando o projeto for de fato à plenário”, avalia.

Edenilson Neves, presidente do sindicato do transporte de pequeno porte do Pará, lembra que o táxi lotação é um serviço que, na prática, já existe há mais de 20 anos no estado. “A região do estado mais afetada é o nordeste. Somos cerca de 3 mil motoristas profissionais atuando neste serviço”, enumera ele. “Estamos analisando a proposta junto com o governo, ainda precisamos chegar a um consenso em alguns detalhes, como a permissão de motorista auxiliar, número de passageiros, mas temos um acordo com a Arcon para que, enquanto o projeto estiver em discussão e tramitação, a fiscalização dos profissionais fica suspensa”, destaca o sindicalista.

O deputado Jaques Neves lembra que o novo projeto está em pauta desde o final de 2016, e que há boa vontade do parlamento em resolver a questão. “Temos que ter paciência para legislar sobre questões complexas como transporte que envolvem a união, para não haver nenhuma inconstitucionalidade”, avalia.

O presidente Márcio Miranda garantiu que “nada será votado sem que o assunto seja bem discutido e que governo e profissionais cheguem a um acordo, depois de discutir o projeto ponto a ponto”.

Ele sugeriu que outra reunião seja realizada no próximo dia 12 de abril, na Arcon, para que governo e taxistas alinhem as propostas e o projeto possa voltar à Assembleia Legislativa. “Chegando aqui, a tramitação será imediata”, garante Márcio Miranda.