PM retira invasores do aterro sanitário de Marituba e empresa lamenta a destruição de equipamentos

O local do aterro sanitário em Marituba é alvo de discórdia - Foto Agência Belém
A Polícia Militar foi acionada na manhã desta sexta-feira (21) para dar garantias ao oficial de justiça Renato Xerfan, enviado ao quilômetro 13 da rodovia BR-316, para notificar um grupo de manifestantes que ameaçava interditar a rodovia, sobre decisão liminar em vigor que proíbe atos dessa natureza.

A notificação foi cumprida pelo oficial e acatada pelos manifestantes, que desistiram do bloqueio, mas se deslocaram pela Alça Viária até a via de acesso ao chamado Lixão da Revita. No caminho, a maioria das pessoas presentes na manifestação se dispersou. Porém um grupo de manifestantes chegou ao portão da empresa e alguns mais exaltados invadiram o local. Uma tropa especializada foi deslocada até Marituba para recompor a ordem, mas não foi necessário o uso da força. A Polícia Civil já está apurando quem são os invasores para que, uma vez identificados, eles sejam chamados a prestar esclarecimentos.

Presente no local, o secretário de Meio Ambiente do Pará, Luiz Fernandes, juntamente com a Polícia Militar, negociou a pacificação da manifestação. Ele lembrou que medidas judiciais já foram tomadas pelo governo do Estado para promover uma intervenção na empresa responsável pelo lixão, diante do descumprimento das normas sanitárias e ambientais, que têm gerado a revolta na população de Marituba, provocando as manifestações legítimas dos moradores da área.

Nesta segunda-feira (24), a Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade encaminhará à Justiça a lista de nomes dos interventores, para homologação da magistrada responsável. A intervenção é medida judicial aprovada em ação interposta pela Procuradoria Geral do Estado com o objetivo de resolver definitivamente os problemas causados pelo Lixão.

GUAMÁ REPUDIA DEPREDAÇÃO DAS INSTALAÇÕES DA EMPRESA E ANUNCIA AVANÇO DAS OBRAS

Em nota, a Guamá Tratamento de Resíduos informou que repudia e lamenta a invasão ocorrida, nesta sexta-feira (21 de abril), no aterro sanitário de Marituba, durante visita do Secretário de Estado de Meio Ambiente ao local para acompanhamento das obras de melhoria do empreendimento. “Temos certeza de que a invasão não representa o sentimento da comunidade, mas foi resultado de uma ação de grupos isolados, em total desrespeito à lei e às instituições”.

Diz a nota ainda: “Os invasores atiraram pedras contra a guarita e caminhões da empresa, atingindo um funcionário, que saiu ferido do local. Também depredaram as instalações de um escritório da Guamá dentro do aterro e vandalizaram equipamentos essenciais à operação, tais como um trator, o gerador de energia e a balança que pesa os resíduos na entrada do aterro dando transparência e permitindo o controle das operações realizadas por parte da empresa e seus clientes.

Imediatamente após a invasão, o aterro foi evacuado para a segurança dos funcionários. Os danos patrimoniais estão sendo inventariados e a polícia foi acionada. Ainda que a operação tenha sido significativamente afetada, consciente de que qualquer interrupção de serviço pode causar danos ainda maiores aos munícipes da Região Metropolitana de Belém, como já verificado no passado recente com a interrupção da coleta na capital do estado, a empresa voltará a receber caminhões de lixo ainda hoje, sexta-feira, após as 19h.

Apesar do episódio de invasão, os técnicos da Guamá puderam apresentar ao Secretário de Estado de Meio Ambiente, in loco, as ações de melhoria implementadas no aterro sanitário, as mesmas apresentadas em documento protocolado pela empresa junto à Semas.

Quanto à suposta liminar, a Guamá informa que desconhece tal medida, tendo conhecimento genérico pela imprensa e, portanto, não pode se manifestar por não ter sido notificada. Reforça, no entanto, que vem seguindo as instruções recebidas até o momento pelas autoridades. A empresa está confiante de que seus esforços de regularização do empreendimento serão reconhecidos pelo Governo, justiça e sociedade. Assim, a empresa poderá continuar no ritmo acelerado de execução das obras de melhorias no empreendimento.

A Guamá reitera que segue a legislação e regulamentação do setor, possuindo todas as licenças e autorizações pertinentes para a operação do aterro sanitário de Marituba, único empreendimento deste porte no Pará. Reitera, também, que deverá atender todas as recomendações da Semas, sempre em respeito às comunidades e ao meio ambiente, estando aberta ao diálogo transparente.

AVANÇO DAS OBRAS
A Guamá protocolou documento junto à Semas no qual informa sobre o cumprimento de parte das recomendações de melhorias no aterro sanitário de Marituba. O documento também posiciona sobre os avanços das obras de implementação das demais melhorias, num total de 25 recomendações técnicas. Ao lado do atendimento às questões ambientais e técnicas, a empresa está implementando um novo programa de relacionamento com a comunidade.

No dia 10 de abril, a Guamá apresentou à Semas proposta de tecnologia para minimização de odores e aguarda manifestação da Secretaria. Além disso, a empresa implantará sistema de monitoramento de odor na sede de Marituba, com ponto de referência em Ananindeua. Nesse sentido, a companhia estuda parceria com a Universidade Federal do Pará (UFPA), que irá estabelecer uma metodologia para o monitoramento e definição em campo dos pontos de análise e frequência.

Entre as etapas já cumpridas, também se destaca uma cooperação com a UFPA, Governo do Estado e Prefeituras para estudo de soluções para tratamento externo de parte dos resíduos. A Guamá está em negociação com empresas locais para viabilizar o tratamento em suas unidades industriais. Já foi atestada a viabilidade de utilizar a Estação de Tratamento da Jari, em Monte Dourado, aguardando autorizações da Semas para seguir neste sentido.

A companhia também já implantou e está em funcionamento a segunda planta de osmose reversa, que amplia a capacidade de tratamento de chorume. Foram realizadas obras no sistema de drenagem de chorume, totalizando mais de 400 m de extensão já concluídos até o momento, além da cobertura de resíduos em uma área de 8.000 m². A empresa está realizando a dupla impermeabilização de solo e a cobertura das bacias utilizando geomembrana PEAD.

Outro avanço é que a empresa deverá firmar Aditivo ao Convênio com a UFPA para readequação do Plano de Monitoramento da Qualidade das Águas Superficiais e Subterrâneas. A Guamá já monitora a unidade permanentemente por meio de laudos de qualidade de água realizados por laboratórios certificados e acreditados pelo Inmetro e enviados para posterior análise na UFPA e nenhum resultado demonstrou qualquer alteração na qualidade de água superficial ou subterrânea ou, ainda, qualquer dano ambiental.

As obras de melhoria operacional do aterro sanitário de Marituba seguem em ritmo acelerado. Os investimentos nessas ações superam R$ 10,3 milhões e a empresa vem negociando com a Semas prazos mais técnica e financeiramente factíveis de serem observados, considerando as condições climáticas e as etapas necessárias para realização das obras dentro das normas técnicas e de segurança exigidas.

A continuidade das chuvas impacta nos prazos de conclusão de algumas etapas, que precisam seguir parâmetros técnicos e de segurança, mas a empresa segue trabalhando com todo seu time gerencial e técnico concentrado nas obras e melhorias necessárias para normalização do empreendimento.

COMUNIDADE
Como parte fundamental do processo de melhorias, a Guamá está implementando um novo programa de relacionamento com a comunidade. O objetivo é manter um permanente canal de diálogo com os moradores da área vizinha ao aterro, que possa garantir transparência a respeito das atividades realizadas pelo empreendimento, bem como contribuir com a melhoria da qualidade de vida de quem mora próximo a ele. Entre os projetos, estão a criação de um centro comunitário de convivência, programa de visitas comunitárias ao empreendimento, ações ambientais nas escolas e programas de incentivo ao empreendedorismo.

Adicionalmente, informamos que ações anteriormente realizadas junto à comunidade envolveram seis escolas beneficiadas por ações de educação ambiental e voluntariado, atingindo diretamente cerca de 900 pessoas.

*Colaboração Assessoria de Imprensa

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