Jovens entre 18 e 29 anos são maioria entre detentos no Pará

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Dados do Sistema de Informações Penitenciárias do Pará (Infopen Pará) mostram que mais de 63% da população carcerária paraense tem entre 18 e 29 anos. Para reduzir a reincidência criminal nesta faixa etária, o governo do Estado está investindo mais de R$ 16 milhões na construção da primeira Cadeia Pública de Jovens e Adultos do Pará, que já está com 42% do cronograma cumprido. A obra é executada em parceria com o Departamento Nacional Penitenciário (Depen) e, quando concluída, se converterá na maior unidade prisional do estado.

A cadeia, que está sendo construída dentro do Complexo Penitenciário de Santa Izabel terá 5.753,10 m² de área física e está prevista para ser entregue em dezembro deste ano. A estrutura física do novo centro de detenção é composta de três blocos carcerários com 26 celas em cada um, sendo uma destinada a pessoas com deficiência (PCD), além de duas salas de aula, biblioteca, laboratório de informática, brinquedoteca, espaço multiuso, barbearia, salão de beleza, celas de visita íntima e de vivência individual, prédio administrativo, entre outros ambientes.

A capacidade do novo complexo prisional é para 603 internos, com idades entre 18 e 29 anos. A proposta de se construir uma unidade penitenciária exclusiva para atender essa faixa etária baseia-se na preocupação de não misturar presos que já possuem mais de uma passagem pelo sistema penitenciário com aqueles que estão ingressando pela primeira vez, e também de concentrar atividades de reinserção social aos jovens custodiados no local, com o objetivo de diminuir os índices de reincidência.

“O objetivo é iniciar um modelo de unidade prisional que procure separar os presos que já tiveram varias passagens pelo sistema dos mais jovens, para que não sejam facilmente persuadidos a permanecer no mundo do crime. Dessa forma buscaremos agir preventivamente para reduzir os índices de reincidência criminal, principalmente entre essa população mais jovem”, explicou o diretor de Administração Penitenciária da Susipe, Coronel Willams Chagas.

A Cadeia de Jovens e Adultos será a primeira no Estado a oferecer um serviço antidrogas aos custodiados. No espaço serão realizadas rodas de conversas, e palestras socioeducativas, para conscientização dos jovens detentos sobre o consumo de álcool e drogas, bem como para a prevenção e tratamento químico de desintoxicação para dependentes.

A nova unidade contará com uma equipe multidisciplinar formada por assistente social, psicólogos, enfermeiros, terapeutas e médicos que ficarão responsáveis por desenvolver ações que visem à reintegração social dos jovens e adultos.

“Camos priorizar e potencializar os trabalhos voltados para a socioeducação, como oficinas e projetos que estimulem atividades grupais, como forma de incentivá-los a construir metas de qualidade de vida para o pós-cárcere”, enfatizou a diretora de Assistência Biopsicossocial da Susipe, Ivone Rocha.

Cerca de 170 operários trabalham diariamente na construção da nova cadeia, sob responsabilidade da M.D.S. Construtora e Incorporadora, empresa responsável pela obra. De acordo com o engenheiro, Gercino Garcia, a obra segue um dos mais modernos projetos de penitenciárias do país.

“Aquelas pessoas que serão direcionadas para serem custodiadas neste espaço serão muito bem atendidas. É uma nova proposta de unidade penal essa que estamos iniciando Sem falar da segurança, que está sendo reforçada. Nas paredes, por exemplo, são 15 centímetros de concreto de alta resistência, fora a estrutura de ferro”, explicou o engenheiro.

O governo do Pará está investindo mais de R$ 120 milhões na construção de um total de 20 novos centros de detenção. Desde 2011, mais de 1.500 novas vagas já foram geradas no sistema carcerário do estado, que hoje tem capacidade de custódia para 8.600 presos. Atualmente, 14 obras de novas unidades prisionais e/ou ampliação estão em andamento. Até o final de 2018, a meta é criar mais de 3.000 novas vagas para o sistema penitenciário paraense.