Instituto Confúcio, da China, reforça interesse em aprofundar parceria no Pará



Com mais de 10 anos de atuação e presente em dezenas de países, o Instituto Confúcio pretende reforçar a cooperação e a atuação no Pará, onde está presente desde 2016, quando inaugurou um centro de estudos em parceria com a Universidade do Estado do Pará (Uepa), do Governo do Estado. A vice-presidente do instituto, Jing Wei, recebeu o governador Simão Jatene e os deputados Martinho Carmona (PMDB) e Lélio Costa (PC do B), além dos secretários Adnan Demachki (Desenvolvimento Econômico) e Luiz Fernandes (Meio Ambiente) e a coordenadora de Relações Internacionais, Larissa Chermont.

Para Jing Wei, após a etapa de instalação do primeiro e único centro do Instituto Confúcio na região Norte do Brasil, a etapa seguinte é de aprofundar e ampliar as ações no Estado. "Nós desempenhamos um importante papel no ensino da nossa cultura e isso tem sido feito com apoio da Uepa. Nosso projeto não é uma divulgação unilateral da cultura chinesa, mas sim promover e ser ponto de intercâmbio produtivo entre os dois países", disse.

De acordo com o professor Zhang Menxin, também do Instituto Confúcio, a parceria do Governo do Pará para a instalação do centro na Uepa foi fundamental. "Os informes que temos recebido são muito positivos, do quanto o Governo do Pará tem apoiado essa iniciativa. Queremos ir além e trabalhar com outros cursos de licenciatura e de pós-graduação conjunta", afirmou.

O governador Simão Jatene lembrou que o Estado tem trabalhado de forma integrada, dentro do conceito do Pará Sustentável. "Hoje apresentamos o projeto da ferrovia para investidores e esse é um fator importante para o desenvolvimento econômico. Mas, queremos também avançar na questão social e ambiental. E o conhecimento é algo indispensável para que possamos construir juntos uma nova realidade", apontou. "Tenho consciência de que institutos como esse ajudam muito na construção da sociedade e o trabalho desenvolvido no Pará mostra que nenhuma diferença é maior do que aquilo que nos identifica e nos aproxima enquanto seres humanos. Aprendi muito cedo que a diferença tempera, a desigualdade é que machuca. A distância física não pode gerar distância de propósitos, que são os mesmos. Não tenho dúvidas de que o Brasil e a China, apesar de suas diferenças, podem ter também uma enorme complementaridade", disse Jatene.

O deputado estadual Lélio Costa, do PC do B, também elogiou as ações do instituto, em especial no Pará e disse que vai sugerir a construção de uma emenda parlamentar conjunta da Assembleia Legislativa para propor novos avanços e ações do Instituto Confúcio no estado, através da Uepa. "Estamos aqui em Pequim juntos com o Governo do Estado e temos um compromisso conjunto, que é o de melhorar a vida do povo do Pará. Temos consciência de que, em boa medida, a transformação da vida passa pela educação. Por isso podemos estudar como o Parlamento paraense pode contribuir mais com esse processo de cooperação", destacou.

Números

Atualmente, a China é o principal destino das exportações do Pará e parceiro econômico. Somente em 2016, as empresas chinesas importaram do Pará mais de US$ 3,5 bilhões em produtos do Estado, gerando participação de um terço (33%) do total das exportações paraenses. Em 2017, entre janeiro e agosto, a China aumentou ainda mais sua participação e já abocanha 40% das exportações. Nos primeiros oito meses do ano, o Pará vendeu para a China mais do que em todo o ano de 2016: já foram mais de US$3,6 bilhões em produtos, de um total de US$ 9,2 bilhões.

No entanto, conforme resumiu Jing Wei, o Instituto Confúcio busca aprofundar a cooperação, indo além da questão econômica. "Temos a compreensão de que o Brasil é um grande parceiro econômico, mas queremos construir uma cooperação que extrapole esse sentido comercial e gere amizade, troca de conhecimento e intercâmbio cultural. Esse é o princípio da nossa presença na Amazônia e no Pará", afirmou.