Diante de tanto aviltamento nos
direitos dos trabalhadores e do povo brasileiro, surge uma luz no fim do túnel
dos paraenses, principalmente. Na tarde desta sexta-feira, 6, o presidente da
Corte Interamericana de Direitos Humanos (CIHH), Roberto Caldas, esteve em
Belém reunindo com entidades do movimento social, sindical e acadêmico. A
reunião aconteceu na sede do Sindicato dos Urbanitários do Pará. Foram tantas
demandas que Caldas prometeu voltar no Estado no primeiro semestre de 2018.
O Sindicato dos Urbanitários
esteve representado pelo dirigente sindical dos Urbanitários, Pedro Blois, que
preside a Federação Nacional dos Urbanitários. Também na mesa estava a
representante da Sociedade Paraense de Defesa dos Direitos Humanos (SPDDH),
Vera Tavares, Vanusa Cardoso, quilombola representante dos povos tradicionais,
e dom Luiz Azcona, da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, pela Comissão
Brasileira de Justiça e Paz.
Roberto Caldas, sem dívida,
precisou de um carrinho para levar todos os relatório, dossiês e denúncias que
a ele foram entregues pelas diversas entidades representadas na reunião. O
presidente da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa do Estado
(Alepa), deputado Carlos Bordalo, entregou à Corte o relatório da CPI das
Milícias.
Fetagri e CPT entregaram uma
lista com registro dos vários assassinatos de lideranças rurais ocorridas em
2016 e 2017. Representantes de comunidades quilombolas, bem como de movimentos
afro-religiosos denunciaram assassinatos, entre 2015 e 2016, de nove pais de
santo.
Roberto Caldas enfatizou que
entre as denúncias enviadas à Corte, a maior demanda é de intolerância
religiosa. Diante do relato e comprovação de tanto desrespeito aos direitos
humanos, o presidente da CIDH se comprometeu em voltar ao Pará no primeiro
semestre do ano que vem. “O mundo não está de olhos vendados para o golpe na
democracia do Brasil e suas consequências”, disse Caldas. “Os direitos humanos
precisam ser respeitados”.
Dom Luiz Azcona denunciou que
perante a realidade de total ausência de delegados e promotores de justiça em
muitos municípios do Marajó, há indícios de possíveis conexões de autoridades
com o narcotráfico. “Bagre está há oito anos sem delegado”, denuncia. “Essa
ausência do estado é um crime contra a dignidade humana, contra a criança e
contra nós”.
Pedro Blois falou da necessidade
da luta contra a privatização do saneamento, da água e do sistema elétrico
brasileiros. “Com privatização, não há universalização desses serviços, o que
atinge sobretudo as populações mais carentes”, alerta.