Pro Paz Integrado e Mulher em parceria com o Sinduscon Pará e o TJE falam sobre machismo e violência contra a mulher em canteiros de obras



Nesta terça-feira (17), o Pro Paz Integrado Mulher, em parceria com o Sindicato da Indústria da Construção do Estado do Pará (Sinduscon-PA) e o Tribunal de Justiça do Estado (TJE) realizam palestra com o tema “violência doméstica”, em um canteiro de obra, em Belém. A Palestra faz parte da ação “Mãos à obra: trabalhadores no combate à violência contra a mulher” e será realizada às 7h30 no canteiro de obra de um prédio comercial localizado na Rua: Senador Lemos ao lado do Tribunal Regional do Trabalho (TRT), esquina com Dom Romualdo de Seixas. O objetivo é conscientizar os trabalhadores da construção civil sobre o respeito as mulheres, dentro e fora de casa e sobre as várias formas de violência.

A violência e a intolerância são frutos do machismo enraizado na sociedade, mas com a participação das mulheres e a promoção de mecanismos legais a conversa vem amadurecendo. É importante que os homens estejam inclusos neste debate, pois as estatísticas de violência domestica, em grande parte, é cometida por eles. Só este ano a Fundação Pro Paz atendeu 4.863 mulheres no Estado do Pará, com demandas causadas pela violência de gênero, dentro e fora de casa.

A Lei Maria da Penha (Lei nº 11.340/2006) é a principal legislação brasileira no enfrentamento da violência contra a mulher e nasceu após um caso de violência doméstica. O que poucos sabem é que a violência doméstica não se resume somente a agressão física ou estupro - que acontece no âmbito conjugal, quando o marido força a companheira a praticar sexo contra a sua vontade -; mas são consideradas outras formas de violência também e que devem ser combatidas:

Violência emocional: Humilhar, xingar e diminuir a autoestima da mulher; restringir a liberdade de crença, inclusive, esta postura é considerada violência psicológica. Outra forma de violência psicológica é o “gaslighting”, que é quando os fatos são distorcidos ou omitidos para deixar a vítima com dúvidas sobre a sua sanidade mental.

Comportamentos abusivos como controlar as atitudes da mulher, sobre o que ela veste, com quem sai ou investigar seus pertences, celular ou redes sociais são formas de violência.

Expor a vida íntima, é considerado violência moral. Como forma de vingança o parceiro expões fotos íntimas nas redes. Atirar objetos, sacudir e apertar os braços, também são considerados abusos. Forçar atos sexuais (é considerado estupro), impedir que a mulher se previna de uma gravidez, é considerado uma prática da violência sexual ou obrigá-la a abortar, outra forma de abuso. Controlar o dinheiro ou reter documentos, se o parceiro quebrar objetos da mulher, é considerado uma forma de violência patrimonial, entre outras formas.

Além da relevância do tema, também foi feito um levantamento com a central de serviços, e a violência contra a mulher foi um dos temas escolhidos pelos próprios trabalhadores em edições anteriores.