A Cooperativa Social de Trabalho
Arte Empreendedora (Coostafe), que reúne mulheres custodiadas pela
Superintendência do Sistema Penitenciário do Estado (Susipe) inaugurou, nesta
quarta-feira (6), uma loja temporária, as chamadas "pop-up stores",
no Castanheira Shopping Center, em Belém.
A cooperativa, que é a primeira
do Brasil formada somente por mulheres presas, ficará instalada durante 15 dias
para venda e exibição dos produtos artesanais.
As lojas temporárias surgiram em
grandes centros urbanos internacionais como Nova York, Londres, Tóquio e Los
Angeles com a ideia inicial de aproveitar espaços desocupados para que artistas
pudessem expor a sua arte. O termo em inglês, mundialmente conhecido, é uma
referência às janelas "pop-up", que surgem na tela dos computadores e
desaparecem rapidamente. Da mesma forma, as lojas temporárias são abertas de
forma relâmpago e funcionam por pouco tempo. Em Belém, a oportunidade faz parte
de um projeto social desenvolvido pelo shopping.
"É uma satisfação apoiar e
incentivar projetos sociais que possam devolver essas pessoas ao mercado de
trabalho e a vida social. O shopping tem essa consciência", garante a
gerente de marketing, Rita Vieira.
O Castanheira Shopping Center tem
uma circulação média diária estimada em 48 mil pessoas e um acréscimo de 20% no
público, durante o período do Natal. A oportunidade da loja temporária faz com
que a Coostafe tenha visibilidade e reconhecimento do trabalho desenvolvido
pelas detentas custodiadas no Centro de Recuperação Feminino de Ananindeua.
Para a presidente da Coostafe,
Kátia Cilene Ferreira, 32, essa é uma conquista para a cooperativa. "É uma
oportunidade única para todas nós. Estamos gratas por termos nosso trabalho
reconhecido e exposto num shopping. Nossa expectativa é vendermos diversas
peças que foram produzidas para a coleção de Natal", diz.
Para a diretora do CRF e
idealizadora da cooperativa, Carmem Botelho, a pop-up store da Coostafe é só o
começo de novos projetos. "A exposição proporcionará a quebra de
paradigmas e fará a integração das pessoas, seja cliente ou comerciante, a
interagirem com as mulheres presas. O sentimento é gratificante para a quebra
dos preconceitos", relata.
A assistente social Thalya
Holanda, 19 anos, foi a primeira cliente da loja e comprou objetos de decoração
natalina para a casa. "É um trabalho admirável que, além de proporcionar a
ressocialização dessas mulheres, faz com que elas redescubram suas
potencialidades. Sem falar que é um projeto belíssimo que precisa ser divulgado
como exemplo de reinserção social para todo o país. Fiquei encantada com a
iniciativa".