A Associação Nacional dos
Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) e o Fórum
Nacional de Pró-Reitores de Assistência Estudantil (Fonaprace) estão realizando
a quinta edição da Pesquisa do Perfil Socioeconômico dos Estudantes das
Universidades Federais. Os dados são fundamentais por gerarem subsídios para
políticas públicas e diagnóstico de como está constituído o corpo discente das
universidades, com a finalidade de auxiliar, também, nas demandas de
assistência estudantil.
Estudos anteriores, também
realizados pela Andifes, mostram a evolução do perfil dos graduandos,
considerando os processos seletivos massivos, como o ENEM, a criação de mais de
300 campi no interior do País e a Lei de Cotas, criada em 2013, e que garantiu
o ingresso de 32% dos estudantes que compõem o corpo discente das 63
universidades federais brasileiras. O número de alunos negros quase triplicou
de 2003 a 2014. Juntos, negros e pardos já representavam, há três anos, 47,5%
do total de estudantes das universidades federais do Brasil.
Os outros levantamentos feitos
pela associação mostram, ainda, que dois terços dos universitários têm origem
em famílias com renda média de 1,5 salário mínimo. Os dados desmistificam a
ideia de que os alunos de universidades públicas pertencem às camadas sociais
com rendas altas.
O secretário executivo da
Andifes, Gustavo Balduino, ressalta que os indicadores gerados pela pesquisa
também auxiliam no aumento da eficiência da gestão dos recursos públicos
destinados às universidades federais.
De acordo com o coordenador do
Fonaprace, professor João de Deus Mendes, “a V pesquisa é resultado do
aperfeiçoamento das anteriores e servirá de base para redefinição de políticas
de assistência estudantis nas IFES e, sobretudo, como base de dados relevante
para pesquisas, bem como instrumentalização na defesa da universidade pública,
gratuita, de qualidade e que preconize a assistência estudantil como política
de garantia da permanência e êxito desses discentes. ”
Os estudantes serão convidados a
participar da pesquisa durante o período de matrícula. Ao acessarem as áreas
reservadas à realização do registro pessoal, nos respectivos portais de suas
universidades, os alunos irão encontrar um banner-convite, com link de acesso
ao questionário.
De acordo com a coordenadora da
pesquisa, professora Patrícia Vieira Trópia, a consulta contribui para a
melhoria da universidade, assim como para a defesa do “caráter público,
gratuito, de qualidade e inclusivo”.