Mais de 53 mil brasileiros, com
18 anos ou mais e que possuem plano de saúde particular, responderam ao
questionário da pesquisa realizada pelo Ministério da Saúde e Agência Nacional
de Saúde Suplementar – ANS. A informação que mais chamou a atenção dos profissionais
de saúde paraenses foi sobre o sobrepeso entre os homens em Belém. A capital
paraense já é a 2º com o maior percentual de homens acima do peso.
67,8% dos homens de Belém que
foram entrevistados estão com sobrepeso ou obesos. Entre as 27 capitais
brasileiras, apenas os homens de Rio Branco superam os paraenses, com 68,9%.
Essa é a 11ª edição da pesquisa, que se chama Vigitel e acaba de ser divulgada.
O objetivo é monitorar os principais determinantes das doenças crônicas não
transmissíveis (DCNT).
“A relação direta do excesso de
peso com diabetes, hipertensão e doenças cardiovasculares já é bastante
conhecida, mas é preciso destacar a relação com o câncer, que já está mais do
que comprovada também”, alerta a oncologista clínica Paula Sampaio.
Estimativas da Organização
Mundial da Saúde (OMS) indicam que as DCNT são responsáveis por 68% de um total
de 38 milhões de mortes ocorridas no mundo em 2012 (WHO, 2014). No Brasil, as
DCNT são igualmente relevantes, tendo sido responsáveis, em 2011, por 68,3% do
total de mortes, com destaque para doenças cardiovasculares (30,4%) e
neoplasias (16,4%). A obesidade está entre essas doenças crônicas não
transmissíveis.
Avaliação realizada pela Agência
Internacional de Pesquisa em Câncer (IARC) da Organização Mundial da Saúde
(OMS) concluiu que o peso corporal adequado contribui para redução do risco de
desenvolver 13 tipos de câncer.
A avaliação da IARC, publicada no
The New England Journal of Medicine, indica que o peso adequado diminui o risco
de desenvolver câncer de cólon e reto, esôfago, rim, mama na pós-menopausa e
endométrio. Além de estômago, fígado, vesícula biliar, pâncreas, ovário,
tireoide, meningioma e mieloma múltiplo.
“Obesidade é uma epidemia no
Brasil. Que essa pesquisa sirva de alerta, principalmente para os homens de
Belém”, conclui a médica.
HPV em homens
Os casos de câncer associados ao
HPV estão mais frequentes entre os homens, no Brasil. A oncologista clínica
Paula Sampaio destaca que, apesar das medidas de prevenção serem conhecidas – o
uso de camisinha e vacinação - os tumores na cavidade oral já ocupam a 5º
posição entre os pacientes masculinos, com quase 15 mil novos casos por ano, de
acordo com o INCA.