Evitar a sobrevivência e o
contágio do Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV) em vítimas de violência
sexual e em trabalhadores da área de saúde que sofrem acidente ocupacional, por
meio de instrumentos perfurocortantes ou contato direto com material biológico,
é o principal objetivo da Profilaxia Pós-Exposição ao HIV (PEP), oferecida pelo
Hospital Regional Público do Marajó (HRPM), no município de Breves. A
iniciativa vem garantindo a prevenção de infecção pelo HIV, com a oferta de
remédios da terapia antirretroviral em usuários que possam ter entrado em
contato com o vírus.
O PEP é uma medida inserida no
conjunto de estratégias do Ministério da Saúde de prevenção combinada, usando
os medicamentos que fazem parte da profilaxia - sulfato de
Atazanavir+Ritonavir+ Lamivudina -, e o coquetel utilizado no tratamento da
Aids (Zidovudina + Lamivudina. A profilaxia deve ser iniciada o mais rápido
possível, tendo como limite as primeiras horas após a exposição ao vírus.
De acordo com o farmacêutico
clínico do HRPM, Charli Grigorio, a medida amplia as formas de intervenção e
evita novas infecções pelo HIV, se utilizada em até 72 horas após qualquer
situação em que haja risco de contato com o HIV.
“É fundamental a ampliação do
acesso à prescrição efetiva nos atendimentos em serviços de
urgência/emergência, unidades básicas de saúde e hospitais públicos e
privados”, ressaltou.
Atendimento local - A partir da
descentralização do serviço pelo Ministério da Saúde, o PEP foi implantado no
Hospital Regional do Marajó em junho de 2017, prioritariamente para atendimento
de funcionários da instituição em casos de acidente de trabalho. “Anteriormente,
eles eram encaminhados para Belém, onde recebiam a dose de profilaxia. Hoje, a
realidade é outra”, frisou o farmacêutico.
De junho de 2017 até a primeira
quinzena de fevereiro deste ano, o HRPM já efetivou sete atendimentos – um
devido a acidente de trabalho no próprio hospital, três em decorrência de
acidente de trabalho no Hospital Municipal de Breves e um no município de Curralinho,
além de duas vítimas de estupro, uma em Curralinho e outra em Melgaço. “Além de
salvar vidas, o acesso à medicação evitou o contágio ou novas infecções do HIV
em nossa região”, disse Charli Grigorio.
Segundo o farmacêutico, hoje o
HRPM é referência na oferta dos medicamentos de profilaxia para evitar a
contaminação pelo HIV, por prestar atendimento diferenciado a todos os usuários
no arquipélago marajoara.
Etapas - O acesso ao esse
atendimento inicia no Hospital Municipal de Breves, onde o caso é avaliado,
para depois ser encaminhado para recebimento da profilaxia no HRPM. O usuário
precisa preencher adequadamente o formulário de solicitação do medicamento, que
deve estar acompanhado do receituário. Após essas etapas, o farmacêutico
entregará o medicamento e dirá como deve ser usado. “Isso para usuários
externos. Já no atendimento de usuários do HRPM, os profissionais da unidade
são responsáveis pelo serviço”, explicou Charli Grigorio.
Segundo ele, todo esse fluxo é
estabelecido pelo Ministério da Saúde, que controla os dados de atendimentos
realizados, por meio de boletim mensal do HRPM, o que viabiliza o
acompanhamento do estoque e a rastreabilidade de lotes dos medicamentos que
estão no Hospital Regional.
Rapidez - De acordo com o
Ministério da Saúde, a PEP utiliza medicamentos antirretrovirais que evitam a
sobrevivência e a multiplicação do HIV no organismo, por isso deve ser iniciada
preferencialmente nas duas primeiras horas após a exposição ao vírus, e no
máximo em até 72 horas. O tratamento dura 28 dias, e a pessoa deve ser
acompanhada pela equipe de saúde por 90 dias.
Assim como nos demais hospitais
regionais do Pará, para obter atendimento os pacientes são encaminhados pelos
hospitais municipais e passam por avaliação na Central de Regulação.
Serviço: O Hospital Regional
Público do Marajó dispõe de atendimento ambulatorial de segunda a sexta-feira,
das 7 às 18 horas. O hospital está localizado na Avenida Rio Branco, 1.266,
Centro. Mais informações pelos fones (91) 3783-2140/ 3783-2127.