Enquanto fazia o curso técnico em
Radiologia, Adriele Nascimento já sonhava em conseguir um emprego na área logo
que concluísse os estudos. Porém, a realidade do mercado de trabalho e o
preconceito mostraram que não seria algo tão simples assim. “Você é mulher, é
nova, pode engravidar! Ouvi tudo isso em entrevistas de emprego”, conta
Adriele, que resolveu apostar na primeira oportunidade de trabalho que
apareceu.
A oportunidade era no Hospital
Oncológico Infantil Octávio Lobo, em Belém (PA), unidade gerida pela Pró-Saúde
Associação Beneficente de Assistência Social e Hospitalar, sob contrato de
gestão com a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa). Trabalhando como
auxiliar administrativa da unidade, Adriele conta que se sentiu valorizada como
profissional pela primeira vez. “Aqui no hospital o funcionário é reconhecido,
e esse novo desafio é uma chance de crescimento, de poder aproveitar novas
chances”, diz ela, que decidiu abraçar uma nova profissão, e a partir da
próxima semana começa a cursar a Faculdade de Administração.
Assim como Adriele, a agente de
portaria do Hospital Público Estadual Galileu (HPEG), Sandra Baia, de 37 anos,
recebeu sua primeira grande oportunidade de trabalho em um hospital gerido pela
Pró-Saúde. Ela trabalha há aproximadamente quatro anos na unidade, onde
finalmente conseguiu exercer a função de agente de portaria. Profissão
conquistada com muito esforço.
“Eu não tinha tido muitas
oportunidades na vida, então quando surgiu uma vaga para trabalhar como
segurança em festas, e eu comecei a trabalhar com aquilo, a primeira coisa que
fiz foi procurar me especializar. Fiz um curso de vigilante, e depois de agente
de portaria, função que eu já vim exercer aqui no Galileu”, revela.
Sandra é apaixonada pelo que faz
e comenta que nunca sentiu preconceito por exercer uma função dominada por
homens. “Nunca tive problemas de discriminação no meio de trabalho por atuar em
um ambiente masculino. Muito pelo contrário, os meninos sempre me respeitaram”,
afirma.
Mercado de Trabalho
Quando se trata de espaço no
mercado de trabalho para o gênero feminino, a Pró-Saúde está bem à frente da
média do País. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE), em 2015, apenas 44% das pessoas assalariadas eram do sexo feminino. Enquanto
isso, mais de 70% da mão de obra utilizada pela Pró-Saúde, nos sete hospitais
públicos que gere no Pará, é feminina. São 4.582 colaboradores, sendo 3.232
mulheres, incluindo as dez mulheres já contratadas para a equipe do Hospital
Materno Infantil de Barcarena, que será inaugurado em breve.
Se contarmos com os três
hospitais privados gerenciados pela entidade no Pará, Yutaka Takeda, na Serra
dos Carajás; Cinco de Outubro, em Canaã dos Carajás; e Porto Trombetas, a
Pró-Saúde soma 5.298 colaboradores no estado, sendo 3.761 mulheres.
Atualmente, a entidade conta,
ainda, com um total de 505 médicos nos hospitais públicos do Pará, sendo 201
médicos mulheres, o correspondente a 39,8% do quadro. Os hospitais públicos
geridos pela Pró-Saúde no estado são: o Oncológico Infantil Octávio Lobo,
Público Estadual Galileu (HPEG), e Metropolitano de Urgência e Emergência
(HMUE), na Região Metropolitana de Belém; Regional do Baixo Amazonas (HRBA), em
Santarém; Regional Público da Transamazônica (HRPT), em Altamira; Regional do
Sudeste do Pará – Dr. Geraldo Veloso (HRSP), em Marabá.
Paulo Czrnhak, diretor
Operacional da Pró-Saúde no Pará, explicou que “o empoderamento da mulher é uma
das nossas premissas enquanto instituição. Incentivamos a igualdade entre
homens e mulheres, de forma que todos possam ter o mesmo espaço e os mesmos direitos”.
Para ele, “hoje, vemos que na área hospitalar as mulheres ocupam cada vez mais
cargos de liderança e realizam um papel diferenciado”.
O diretor disse ainda que “uma
marca dos hospitais que gerenciamos é a humanização e isso está no estilo das
mulheres atuarem, sabendo ouvir o outro, tendo a atenção devida e ofertando o
cuidado necessário. Segundo Czrnhak, “a entidade reconhece a importância das
mulheres no processo de saúde com excelência, e hoje, elas se destacam tanto na
área assistencial e, cada vez mais, ganham espaço na função
administrativa”.
Dia Internacional da Mulher
Com tantas mulheres no quadro de
colaboradores, o Dia Internacional da Mulher, celebrado no dia 8 de março, é
uma das datas que conta com uma extensa programação espalhada por todas as
unidades administradas pela Pró-Saúde.
Em Belém, os hospitais Galileu,
Metropolitano e Oncológico Infantil terão programação desde o dia 7, com rodas
de conversa sobre empoderamento feminino, direito da mulher, atrações musicais,
apresentações de dança, entre outros.
Já em Santarém, o Hospital
Regional do Baixo Amazonas realizará, no dia 8 de março, uma programação que
durará o dia inteiro, com ações de valorização ao público feminino e cuidados
de beleza.
Em Altamira, o Hospital Regional
Público da Transamazônica fará uma homenagem às mulheres, com apresentação do
51º Batalhão de Infantaria e Selva (BIS). Enquanto em Marabá, no Hospital
Regional do Sudeste do Pará – Dr. Geraldo Veloso acontecerão palestras sobre
saúde da mulher, aula de zumba e ações de beleza.