Nesta terça-feira, às 10h30, no CRM
(Av. Generalíssimo Deodoro, 223 - entre: Oliveira Belo e Diogo Móia), o presidente
do Conselho Regional de Medicina do Estado do Pará, Paulo Guzzo, fala sobre a
Demografia Médica 2018. Segundo o relatório, o Pará tem 0,97 médico por mil
habitantes, ou seja, duas vezes menos do que a média nacional.
Na avaliação dos conselhos de
medicina, baixo número de profissionais decorre da falta de políticas públicas
para fixação em munícipios mais distantes e regiões menos desenvolvidas
Com uma população de 8,3 milhões
de habitantes, o Pará tem 8.090 médicos, o que resulta numa proporção de 0,97
profissionais por mil habitantes. São 51,8% de especialistas para 48,2%
generalistas (razão de 1,08 especialistas para cada generalista). Os homens são
54,8% dos profissionais e as mulheres, 45,2%. A idade média dos profissionais é
de 46 anos, com um tempo de formação médio de 19,7 anos. A maioria dos médicos
(52,1%) tem até 44 anos.
Os dados constam da pesquisa
Demografia Médica 2018, realizada pela Faculdade de Medicina da Universidade de
São Paulo (USP), com o apoio institucional do Conselho Federal de Medicina
(CFM) e do Conselho Regional de Medicina de São Paulo. O levantamento,
coordenado pelo professor Mário Scheffer, usou ainda bases de dados da
Associação Médica Brasileira (AMB, Comissão Nacional de Residência Médica
(CNRM), Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e Ministério da
Educação (MEC).
No Estado, a clínica médica
concentra o maior número de especialistas (646), seguida pela pediatria (580),
cirurgia geral (522), ginecologia e obstetrícia (487) e anestesiologia (359).
As especialidades com menor número de especialistas são genética médica (2),
cirurgia torácica (7), medicina nuclear (8), cirurgia de mão (10), cirurgia da
cabeça e pescoço (10) e medicina física e de reabilitação (10).
Na capital paraense, moram 1,4
milhão de belenenses, que são atendidos por 5.635 médicos, o que dá uma razão
de 3,88 profissionais por mil habitantes e uma proporção de 69,7% de médicos
morando na capital. Desses profissionais, 50,8% são do sexo masculino e 49,2%,
feminino. Os especialistas são 55,8% e os generalistas, 44,2% dos médicos que
atendem na capital do Pará.
Para os Conselhos de Medicina, os
números apresentados confirmam o equívoco do Governo, que tem defendido o
aumento da população de médicos como solução para resolver as dificuldades de
acesso aos serviços de saúde no País. Pelos dados, esse crescimento, percebido
em nível nacional nos últimos anos, não tem repercutido nas regiões mais
distantes e menos desenvolvidas. Por outro lado, avaliam as entidades, a
presença significativa de profissionais, como registrado em alguns estados e
municípios, não tem sido suficiente para eliminar problemas graves de
funcionamento da rede pública e de acesso aos serviços, decorrentes da falta de
qualidade na gestão e da adoção de políticas públicas eficientes no setor.