A partir desta segunda-feira, 30,
áreas de grande incidência criminal da capital paraense, nas demais cidades da
Região Metropolitana de Belém (RMB) e do interior do Estado serão ocupadas por
centenas de homens e mulheres da Polícia Militar, com o início da Operação
Sáfara 3. Além disso, a PM adotará a chamada jornada extraordinária na capital
e em toda RMB, com a finalidade de colocar mais policiais nas ruas. Serão cerca
de 800 policiais adicionados à rotina de policiamento.
A estratégia da Sáfara 3 visa
prevenir e conter, sobretudo, os números de registros de homicídios e, para
isso, serão direcionados esforços para retirar de circulação drogas. A Operação
será desenvolvida na área metropolitana, no âmbito das 1ª e 2ª Regiões
Integradas de Segurança Pública (Risps) e contará com o envolvimento de
militares dos Comandos de Policiamentos da Capital (CPC) 1, 2 e Região
Metropolitana (CPRM).
Pelos índices comparativos do
Comando de Policiamento da Capital (CPC) 1, no período de janeiro e abril de
2017, na área do 1º BPM, que envolve bairros como Pedreira, Sacramenta e
Telégrafo, foram registrados 80 homicídios, enquanto que no mesmo período deste
ano, contabilizou-se 72 casos, números que demonstram uma diminuição de 10%.
Enquanto isso, no mesmo período, mas na área do 24º BPM, que reúne bairros como
Jurunas, Cremação, Condor, Terra Firme e Canudos, os índices de homicídios
cresceram 21% no mesmo quadrimestre: de 71 para 86.
A ofensiva da PM vai basear
equipes de batalhões e companhias, de unidades especializadas e especiais, como
o Comando de Missões Especiais (CME), da Companhia de Operações Especiais
(COE), do Comando de Policiamento Especializado (CPE), com atuação integrada
com a Polícia Civil e demais forças estaduais, órgãos municipais e até agências
federais, sob a coordenação do Comando Geral da PM e a tutela da Secretaria de
Estado de Segurança Pública e Defesa Social (Segup).
Comando
A Operação Sáfara 3 terá à frente
o coronel PM Sandro Queiroz, que deixará o Comando de Missões Especiais (CME)
da PM e passa a chefiar, oficialmente, a partir do dia 1º de maio, o
Departamento Geral de Operações (DGO), comandado há mais de um ano pelo coronel
Marco Antônio Rocha, que deve exercer nova função na estrutura da corporação.
De forma integrada ao trabalho já
desenvolvido pelas operações de rotina das quais participam Polícia Civil,
Grupamento Aéreo da Segup, Guarda Municipal, Detran e demais agências de
segurança, as ocupações miram áreas de bairros como Águas Lindas, Terra Firme e
Tapanã, mas não somente.
Pelos dados da Segup, em dezembro
de 2017, a Secretaria Adjunta de Inteligência e Análise Criminal (Siac)
registrou dois homicídios no Icuí, bairro da cidade de Ananindeua considerado
“área vermelha”. No mesmo mês, ainda no ano passado, os bairros Almir Gabriel e
Decouville, centro e Nova Marituba registraram oito homicídios no município de
Marituba.
Sem oferecer detalhes da
operação, a fim de resguardar a estratégia das ações operacionais, o novo
comandante explica a forma de atuar. “Vamos atuar antenados nas áreas mais
problemáticas, que apresentam índices de criminalidade acentuado. Temos
previsão de ocupação total de algumas áreas”, adianta Queiroz. “Essas operações
miram o vetor maior da dinâmica da criminalidade, que é o tráfico de drogas e,
por conseguinte, pretendem quebrar a atuação dos grupos criminosos que brigam
por território e geram mortes como consequência”, completou o coronel.